Alessandra Monnerat, Pedro Prata e Guilherme Bianchini, especial para o Estadão
30 de outubro de 2020 | 15h58
Candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto respondeu a perguntas de jornalistas do Estadão em sabatina nesta sexta-feira, 30. O petista errou dados sobre número de acidentes de trânsito na capital e sobre a gestão de Organizações Sociais (OSs) de saúde.
Candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Jilmar Tatto, durante sabatina do Estadão. Foto: Reprodução
Jilmar Tatto afirmou que Luiza Erundina já foi do PSB e formou chapa com o ex-presidente Michel Temer, o que está correto. Erundina, atual candidata do PSOL à vice-prefeita de São Paulo, postulou ao cargo nas eleições de 2004 pelo PSB. Seu vice era Michel Temer, do PMDB. Ela recebeu 3,958% dos votos válidos no primeiro turno, sendo insuficiente para avançar ao segundo turno.
Tatto afirmou que não havia denúncias de irregularidades de Organizações Sociais (OSs) de saúde na gestão Haddad, o que não é verdade. Em 2014, o Estadão mostrou que a Promotoria da Saúde Pública abriu um inquérito para apurar se haveria sobrepreço na compra de medicamentos e na execução de obras da Santa Casa. A denúncia foi apresentada por um ex-funcionário do alto escalão da Fundação.
A Promotoria estadual também abriu investigação, em abril de 2016, para apurar as condições sob as quais uma OS foi escolhida para gerir unidades de saúde na zona norte da capital. A OS já havia sido multada pela prefeitura, ainda na gestão de Gilberto Kassab (PSD), por utilizar recursos de uma parceria suspensa.
O candidato disse que a Prefeitura só aplica 1% do seu orçamento na área de cultura. O orçamento da Secretaria Municipal de Cultura para 2020 era de R$ 432,6 milhões, 0,6% do total previsto para o ano, de R$ 68,9 bilhões. Já o Fundo Especial de Promoção de Atividades Culturais tinha orçamento de R$ 1,2 milhões previstos para este ano, 0,001% do total.
Tatto citou que, no mês de setembro, o número de acidentes e mortes no trânsito aumentou na cidade de São Paulo. Isso só é verdade em relação ao número de mortes. De acordo com informações do InfoSiga, do governo estadual, o número de mortes subiu de 57 para 76 entre agosto e setembro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o registro de óbitos também aumentou, de 75 para 76.
Em relação a acidentes, o índice diminuiu. Foram 3.501 (entre fatais e não fatais) em agosto, comparados a 3.274 em setembro. Em setembro do ano passado, o número total de acidentes foi de 3.434, segundo o InfoSiga.
O candidato afirmou que São Paulo reduziu a dívida com a União em 60% no último ano do governo Haddad, o que é quase correto. O ex-prefeito petista renegociou a dívida da cidade trocando o índice usado para o cálculo de juros, mudando do índice IGP-DI para o IPCA. Dessa forma, a dívida, na época, caiu de R$ 64,8 bilhões para R$ 28 bilhões, redução de 57%, e está sendo quitada em dia pelo governo Bruno Covas.
Dados do relatório anual do Tribunal de Contas do Município mostram que o saldo do refinanciamento da dívida era de R$ 27,3 bilhões em 31 de dezembro de 2018. Um ano depois, ao final de 2019, o montante da dívida pública do financiamento era de R$ 25, 9 bilhões.
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