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Checamos a sabatina de Joice Hasselmann no Estadão: veja o resultado

Candidata do PSL à Prefeitura de São Paulo errou dados sobre pesquisas eleitorais e subsídio do transporte público municipal

Por Alessandra Monnerat , Pedro Prata e Guilherme Bianchini
Atualização:

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) participou da série de sabatinas do Estadão com os candidatos à Prefeitura de São Paulo nesta quinta-feira, 22. Joice citou dados errados sobre pesquisas eleitorais e sobre o subsídio ao transporte público municipal. Veja a checagem do Estadão Verifica.

Joice Hasselmann durante sabatina do Estadão. Foto: Reprodução

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"Nas últimas seis eleições, as pesquisas erraram em tudo. Pelas pesquisas, Doria, Witzel, Bolsonaro e Zema não seriam eleitos".

Isso não é verdade. Diferentemente do que foi dito por Joice, as pesquisas de intenção de voto em 2018, de Ibope e Datafolha, sempre indicaram que Jair Bolsonaro estaria no segundo turno das eleições presidenciais. Nas primeiras pesquisas, no fim de agosto, o então candidato do PSL estava atrás apenas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Após o indeferimento da candidatura de Lula, substituído por Fernando Haddad (PT), Bolsonaro liderou todas as pesquisas até a realização do primeiro turno, em 7 de outubro de 2018. O mesmo aconteceu ao longo do segundo turno, contra o petista.

Atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB) também liderou as pesquisas de Ibope e Datafolha em toda a campanha do primeiro turno. No segundo, chegou a ficar empatado nas intenções de voto com Márcio França (PSB), mas nunca esteve atrás do adversário.

Wilson Witzel (PSC), por sua vez, nunca esteve entre os primeiros das pesquisas de intenções de voto na primeira etapa da campanha para governador no Rio de Janeiro. Porém, no domingo da votação do primeiro turno, uma pesquisa Ibope de boca de urna mostrou que o candidato tinha disparado e iria ao segundo turno. Na segunda rodada de votação, Datafolha e Ibope indicaram o favoritismo de Witzel na disputa com Eduardo Paes (DEM).

Em Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) também não era cotado para ir ao segundo turno, de acordo com as pesquisas de Ibope e Datafolha no primeiro mês de campanha. Na última pesquisa do Ibope antes da eleição, no entanto, Zema estava em empate técnico com Fernando Pimentel (PT) na disputa pelo segundo lugar. No segundo turno, o atual governador mineiro teve larga vantagem sobre Antonio Anastasia (PSDB) nas intenções de voto.

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"Russomanno é alguém que até na semana passada fazia campanha para Dilma, estava na lista da Odebrecht".

Em 2010, Celso Russomanno, então candidato do PP ao governo de São Paulo, declarou apoio à candidatura de Dilma Rousseff (PT) à presidência da República faltando seis dias para o pleito nacional. Também é verdade que ele foi citado na lista da Odebrecht.

São Paulo (SP) "Santinho" de Celso Russomanno, candidato do PP a governador, em apoio a Dilma Rousseff do PT. 03/10/2010 Foto: Yuri Alexandre/FotoRepórter/AE Foto: Yuri Alexandre/FotoRepórter/AE

"Em um ano de mandato, produzi muito mais que o presidente da República nos 28 anos que ele foi deputado".

Durante a sabatina, Joice ressaltou sua atuação como deputada e afirmou que no primeiro ano de mandato, produziu "muito mais" que o presidente da República, Jair Bolsonaro, durante os 27 anos em que ele foi deputado. Levando em conta a produção legislativa de Joice e Bolsonaro, a comparação não é verdadeira. No primeiro ano de mandato, Joice apresentou 21 proposições, sendo oito projetos de lei. Já Bolsonaro apresentou 2.327 proposições (incluindo votos em separado e outros requerimentos, como autor ou co-autor) de 1991 a 2018. Dentre essas propostas, 162 eram projetos de lei, e cinco foram transformados em legislação.

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"A expectativa para o ano que vem para o subsídio de transporte público se estima em R$ 4 bilhões. Esse ano, é de cerca de R$ 3 bi".

O valor de R$ 4 bilhões, citado pela candidata, refere-se a uma estimativa da Prefeitura de São Paulo para este ano. Ainda em 2019, a Câmara de Vereadores havia aprovado R$ 2,25 bilhões para subsídios para este ano. Contudo, a queda na média de passageiros causada pela pandemia de covid-19 obrigou a Prefeitura a aumentar o seu repasse para as empresas de ônibus. Bruno Covas informou à Câmara que o aumento deve ser de R$ 1,5 bilhão, chegando a R$ 3,75 bilhões.

Já para o ano que vem, o valor está informado Proposta de Lei Orçamentária, enviada por Bruno Covas em 30 de setembro deste ano. O prefeito estimou novamente o subsídio para os ônibus no valor de R$ 2,25 bilhões.

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"Mas fazendo conta com a minha equipe, a gente fez uma reunião bem profunda, e hoje a arrecadação do IPTU varia de R$10 a R$12 bi".

A estimativa sobre o o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) é verdadeira. Segundo dados da Secretaria Municipal da Fazenda, a cidade arrecadou R$ 11,1 bilhões em IPTU no ano de 2019. Para 2020, o orçamento municipal prevê o mesmo valor. 

Veja outras checagens com candidatos à Prefeitura de São Paulo:

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