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Checamos a sabatina de Bruno Covas no Estadão: veja o resultado

Candidato à reeleição exagerou número de unidades habitacionais e pontos de WiFi entregues por sua gestão

Por Alessandra Monnerat , Pedro Prata e Tiago Aguiar
Atualização:

O Estadão Verifica checou as declarações do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), durante a sabatina do Estadão realizada nesta quinta-feira, 15. Candidato à reeleição, o tucano exagerou os números de pontos de WiFi na cidade e de unidades habitacionais entregues pela gestão municipal. Veja abaixo a checagem.

Candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB), durante sabatina do Estadão. Foto: Reprodução

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"No Ideb, a cidade de São Paulo teve o maior salto entre as 27 capitais".

De fato, a rede municipal da cidade de São Paulo teve o maior aumento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do País nos anos finais do ensino fundamental (6º a 9º ano). No entanto, Covas não mencionou que a meta proposta para 2019 não foi atingida. No ranking das capitais, liderado por Teresina, a capital paulista está em 10º lugar.

"Acho importante que a Câmara vote o projeto de iniciativa do vereador Eduardo Suplicy e de outros 20 vereadores, é um projeto de autoria coletiva na Câmara dos Vereadores"

É verdade que o texto tem autoria coletiva. O Projeto de Lei 207/2020, que cria o Programa de Renda Básica Emergencial Municipal, foi inicialmente apresentado pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), mas tem, além do petista, mais 29 autores, atualizados por requerimento.

PL 207/2020

Em uma articulação pública, feita no Twitter, Covas decidiu avalizar o projeto de Suplicy para um auxílio emergencial de R$ 100 para famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, ambulantes, trabalhadores informais e outros prejudicados pela pandemia de covid-19. O presidente da Câmara, Eduardo Tuma, disse que colocará o tema em votação até o dia 22.

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"Nós ampliamos de 120 pontos de WiFi, vamos chegar a 1.120 pontos." 

A afirmação de Covas é exagerada. De acordo com o último relatório do Programa de Metas, publicado em julho deste ano, a Prefeitura instalou 180 pontos adicionais do Programa WiFi Livre SP. Ao todo, a cidade contava com 300 pontos de internet gratuita até julho. Segundo o relatório divulgado pela Prefeitura, o objetivo era instalar mais 100 pontos de WiFi no 3º trimestre de 2020. O número total de pontos de acesso à Internet divulgado pela Prefeitura de São Paulo é menor que o citado por Bruno Covas.

Relatório de metas

O programa de WiFi foi implementado em 2014, durante a gestão do petista Fernando Haddad, inicialmente com 120 pontos.

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"Vamos chegar ao fim do ano, com a dívida do Brasil [da União], de 100% do PIB brasileiro".

Covas teceu comentários sobre a dívida pública da União, e citou dados corretos. De acordo com uma projeção do Fundo Monetário Internacional (FMI), devido ao "forte aumento do déficit primário", a dívida pública bruta ficará próxima a 100% do PIB neste ano e continuará elevada no médio prazo. A instituição disse que "a implementação célere de reformas estruturais que garantam a consolidação (fiscal) a médio prazo será essencial" para diminuir o crescimento da dívida pública.

"As 25 mil unidades habitacionais, recorde na história da cidade de São Paulo, são para atender a população da periferia".

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Entre janeiro de 2019 e junho de 2020, a Prefeitura de São Paulo entregou 6.977 novas unidades habitacionais, de acordo com relatório do Programa de Metas da Cidade publicado em julho. A gestão Bruno Covas planejava entregar mais 35 empreendimentos até o fim do ano, com mais 7.894 unidades habitacionais. Ao todo, a Prefeitura contabilizava 86.687 unidades habitacionais disponíveis para a população paulistana em julho deste ano.

A promessa de construir 25 mil unidades habitacionais foi citada por Covas ao lançar o programa Pode Entrar, em dezembro do ano passado. Procurada, a assessoria do prefeito afirmou que as 25 mil unidades habitacionais estão "prontas para ser entregues" e que, ao final da gestão, estarão viabilizadas 70 mil unidades.

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