A crise financeira atravessada pelo Rio Grande do Sul não só diminuiu a base de apoio de José Ivo Sartori (MDB), mas também pulverizou o cenário das eleições 2018 no Estado que nunca reelegeu um nome para o Governo. Antigos aliados do atual governador devem entrar na concorrência pelo Palácio Piratini, que também pode contar com a disputa entre tradicionais parceiros de esquerda nas urnas.
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Além de Sartori, que ainda não bateu o martelo se deverá ou não ser candidato no pleito de outubro, pelo menos sete partidos já definiram quem serão seus representantes na corrida estadual.
Confira abaixo quem pode ser candidato a governador do Rio Grande do Sul nas eleições 2018:
José Ivo Sartori (MDB)
Para tentar a inédita reeleição, o atual governador José Ivo Sartori – que ainda não confirmou se será candidato - terá de enfrentar dois grandes obstáculos durante a campanha eleitoral: a crise financeira no Rio Grande do Sul e a debandada de aliados políticos.
A dívida do Estado gaúcho gira em torno de R$ 76 bilhões e é, atualmente, cerca de 28% maior do que em 2014, ano anterior à entrada de Sartori no Governo. Com dificuldades para pagar servidores e precisando de auxílio federal, o governador perdeu o apoio de partidos da base aliada durante o mandato. PSDB, PP e PDT, que estavam no governo, deverão lançar candidatos próprios nas eleições 2018.
Miguel Rossetto (PT)
Ex-vice-governador na gestão de Olívio Dutra, Miguel Rossetto é a esperança do PT de voltar ao Governo do Rio Grande do Sul. Ele defende a renegociação da dívida com a União para manutenção dos investimentos do Estado. “Temos de reconstruir as bases de um serviço público eficiente como forma de estimular a volta do crescimento econômico”, disse.
Sem o tradicional apoio do PCdoB, que deve lançar candidatura própria, o PT pode indicar um nome do próprio partido para vice. Caso a tendência se confirme, será a primeira vez em 16 anos que a sigla lançará uma “chapa pura” nas eleições estaduais. A última vez que isso aconteceu foi em 2002, quando o próprio Rossetto foi candidato a vice na chapa de Tarso Genro, que acabou derrotada nas urnas.
Eduardo Leite (PSDB)
A aposta dos tucanos para a corrida pelo Palácio Piratini é Eduardo Leite, ex-prefeito de Pelotas. No discurso, o pré-candidato promete diminuir gastos do Estado com privatizações para driblar a crise financeira. Para as eleições 2018, o PSDB já fechou uma aliança com o PTB.
Luiz Carlos Heinze (PP)
No quinto mandato consecutivo como deputado federal, Luiz Carlos Heinze deverá disputar o cargo de governador gaúcho nas urnas em 2018. Ligado à bancada ruralista na Câmara, o parlamentar também pretende promover medidas liberais para combater a crise financeira. Entre as promessas estão a redução do número de cargos de confiança e secretarias e a renegociação da dívida com a União.
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Para a disputa pelo Governo do Rio Grande do Sul,de acordo com Heinze, uma aliança entre PP e DEM já está fechada. O partido também conversa com Pros e Solidariedade.
Jairo Jorge (PDT)
Outro ex-aliado de Ivo Sartori que pretende ser candidato a governador do Rio Grande do Sul é Jairo Jorge. Ex-prefeito de Canoas, ele já conta com o apoio do PV para a disputa eleitoral e defende parcerias público-privadas para investimentos em infraestrutura no Estado. O PDT também cogita a possibilidade de contar com o apoio do PSB, o que seria possível se a sigla fechasse uma aliança nacional com a candidatura de Ciro Gomes.
Abigail Pereira (PCdoB)
Pré-candidata do PCdoB, a servidora pública Abigail Pereira deve ser a única mulher na disputa pelo Governo do Rio Grande do Sul. Secretária de Turismo na gestão de Tarso Genro, ela foi candidata a vice do petista nas eleições para governador em 2014.
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Apesar do tradicional apoio ao PT no Estado, o PCdoB trabalha para lançar a candidatura própria e acredita que a pré-candidatura da deputada estadual Manuela d’Ávila para a Presidência da República pode impulsionar Abigail regionalmente.
“A Manuela tem uma liderança muito forte no Estado, e a candidatura da Abigail também se alimenta disso. Por isso, estamos trabalhando decididamente para manter a Abigail”, disse o presidente do PCdoB gaúcho, Adalberto Frasson.
Roberto Robaina (PSOL)
O vereador de Porto Alegre Roberto Robaina, do PSOL, deverá ser candidato a governador do Rio Grande do Sul pela terceira vez. Ex-marido de Luciana Genro, ele disputou as eleições estaduais em 2014, alcançando pouco mais de 0,7% dos votos válidos.
Mateus Bandeira (Novo)
Ex-presidente do Banrisul e ex-secretário de Estado do Planejamento do Rio Grande do Sul, o economista Mateus Bandeira é a escolha do Partido Novo para as eleições gaúchas. Com tendências liberais, ele defende a diminuição do tamanho do Estado e a privatização de empresas estatais: entre elas, o Banrisul.
COLABOROU FILIPE STRAZZER