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Sarrubbo assume a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo por 'Ministério Público indutor de transformações sociais'

Novo chefe do Ministério Público do Estado, escolhido pelo governador João Doria, toma posse às 14 horas desta sexta, 17, perante o Órgão Especial em inédita sessão virtual por causa do coronavírus

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Foto do author Pepita Ortega
Foto do author Fausto Macedo
Por Pepita Ortega e Fausto Macedo
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Mário Luiz Sarrubbo. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O procurador Mário Luiz Sarrubbo, de 57 anos, 30 de carreira, assume nesta sexta, 17, a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo. A posse de Sarrubbo será às 14 horas perante o Órgão Especial, que realizará sessão virtual por causa da pandemia do novo coronavírus. Durante sua campanha, Sarrubbo afirmou que queria aproximar o Ministério Público do perfil que a Constituição de 1988 a ele atribuiu, "tornar o MP um indutor das transformações sociais necessárias".

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Sarrubbo fica no cargo até abril de 2022, quando poderá ser reconduzido ou não. O mandato de seu antecessor, Gianpaolo Poggio Smanio, terminou nesta quinta, 16. Mário Sarrubbo foi o candidato da situação, com o apoio de Smanio, na eleição para a chefia do Ministério Público do Estado. Ele ficou em segundo lugar, atrás do procurador Antonio Carlos da Ponte, candidato da oposição. Da Ponte recebeu 1.020 votos enquanto Sarrubbo, 657.

Doria escolheu Sarrubbo para o cargo de procurador-geral de Justiça no dia seguinte à eleição do Ministério Público. O chefe do Executivo pode escolher qualquer um da lista.

Ao anunciar a decisão no Twitter, o governador declarou em vídeo: "Como cabe a Constituição, tomei a decisão e fiz a escolha de Mário Sarrubbo. Isso significa prestigiar o Ministério Público e garantir a sua autonomia. Esta é a decisão constitucional do governador do Estado".

Em entrevista ao Estado durante sua campanha, Sarrubbo disse planejar 'uma revolução tecnológica' para o Ministério Público de São Paulo. Em sua avaliação, a Procuradoria-Geral de Justiça 'precisa fomentar a implementação de políticas institucionais que tornem a atuação do Ministério Público de São Paulo mais estratégica'.

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Diante a crise do coronavírus, o procurador afirmou que a Saúde se tornou 'prioridade absoluta' e, segundo ele, o Ministério Público de São Paulo vai atuar para 'se certificar de que as ações que garantem os direitos dos cidadãos estejam sendo executadas'.

Entre essas ações, o procurador de Justiça destacou o acesso da sociedade ao tratamento adequado da doença, a observância das recomendações sanitárias e a articulação de políticas públicas na capital e no interior. "Além disso, vamos promover o acompanhamento do monitoramento de casos suspeitos e confirmados de infecção e das campanhas oficiais de esclarecimento à população", afirmou.

Ainda segundo o procurador, essa pandemia, para ser enfrentada, demandará 'responsabilidade e coragem'.

Quem é Mário Luiz Sarrubbo

Mário Luiz Sarrubbo. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

Paulistano, Mário Luiz Sarrubbo tem mais de três décadas de dedicação ininterrupta ao Ministério Público do Estado de São Paulo.

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Aos 57 anos, ostenta um currículo vasto. Em 2011, tornou-se o primeiro Promotor de Justiça a dirigir a Escola Superior do Ministério Público de São Paulo. Entre abril de 2016 e janeiro deste ano, ocupou o cargo de Subprocurador-Geral de Políticas Criminais do Ministério Público de São Paulo.

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No Gaeco, implementou a política da Tríplice Vertente de combate às organizações criminosas, que tem como diretriz o enfrentamento aos três pilares básicos das organizações: o crime organizado, a lavagem de dinheiro e a corrupção de agentes públicos.

Propôs maior presença do Ministério Público de São Paulo nos tribunais superiores, além de liderar os debates para a edição do Ato Normativo que permite ações conjuntas de Promotores.

Mestre em Direito pela PUC de São Paulo, atuou na Primeira Instância nas comarcas de Araçatuba, Itaquaquecetuba e Mauá, e foi Promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social da capital.

Na Segunda Instância, atuou na Procuradoria de Justiça Criminal.

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Os resultados do trabalho que coordenou, ao lado de uma equipe de Promotores e servidores comprometidos, são públicos e representaram uma atuação mais firme do MP.

Durante sua gestão na área criminal, foram realizadas cerca de 500 operações do Gaeco e apreendidas mais de 100 toneladas de drogas. O número de prisões de criminosos superou 5.300, e mais de 700 agentes públicos foram denunciados por desvios de dinheiro.

Casado há 25 anos com a bióloga Simone Sarrubbo, ele fala com orgulho da esposa e dos filhos do casal, Luís Felipe e Pedro Henrique, que são estudantes universitários e herdaram do pai a paixão pelo futebol - o procurador é um fanático pelo Palmeiras.

Disposição não falta ao Procurador. Seu hobby é a corrida, que começou a praticar quando Promotor Substituto.

Sarrubbo já tem uma coleção com 117 medalhas de participação em provas, 11 das quais maratonas e 34 meias maratonas.

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Sarrubbo é professor de Direito Penal na FAAP, lecionou na Escola Superior do MPSP e na Escola Superior de Advocacia do Estado de São Paulo.

Foi diretor da Associação Paulista do Ministério Público do Estado de São Paulo (APMP), de 1998 a 2002, dirigiu o Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional da Escola Superior do MPSP (2011 a 2013), presidiu o Colégio de Diretores de Escolas de Ministérios Públicos Brasileiros e foi Conselheiro Superior do Ministério Público.

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