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Delator cita propina por aporte de fundo de investimento

Joel Malucelli, suspeito de ter pago R$ 500 mil, é suplente do senador e presidenciável do Podemos Alvaro Dias

Por Fabio Serapião/BRASÍLIA
Atualização:

Joel Malucelli. FOTO JONNE RORIZ/ESTADÃO  

O empresário Joel Malucelli, suplente do senador e presidenciável Alvaro Dias (Podemos), é suspeito de ter pago propina de R$ 500 mil para que sua empresa do setor de energia recebesse aporte de R$ 330 milhões do Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS). A acusação consta no acordo de delação do ex-superintendente de Fundos de Investimento Especiais da Caixa Roberto Madoglio com o Ministério Público Federal.

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Empresário paranaense, Malucelli é patriarca da família proprietária do Grupo J.Malucelli, que atua na área de construção civil, energia, comunicação e no setor financeiro e de seguros. Nas eleições de 2014, em que foi eleito como suplente, ele doou R$ 745 mil para a campanha de Dias. O valor representa 25% do total arrecadado pelo senador na campanha em que se reelegeu pela quarta vez.

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Caso o pré-candidato do Podemos à Presidência seja eleito, Malucelli assume o mandato no Senado.

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Em depoimento, Madoglio disse que a sugestão do pagamento de propina veio do empresário Alexandre Malucelli, para quem a cobrança de "comissão" era "normal no mercado". Alexandre é filho de Joel.

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"Quem ofereceu foi o Alexandre, mas quem pegou o número da conta foi o Joel, em uma reunião em Curitiba. Que (o delator) entregou a Joel o papel com sua conta depois de a operação já ter sido liquidada", diz registro do depoimento de Madoglio, segundo relatório dos investigadores. O ex-superintendente da Caixa assinou acordo de delação nas operações Sépsis e Cui Bono?, que investigam desvios no banco estatal.

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O valor acertado, ainda pela versão dada por Madoglio, foi de R$ 500 mil, relacionado a um aporte de R$ 300 milhões do FI-FGTS. "Que, pelo que se recorda, o valor combinado foi algo em torno de R$ 500 mil, mas não pode afirmar quanto foi depositado, pois, como já informado, não fazia um controle preciso destes depósitos", afirma Madoglio no depoimento.

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Conforme balanço do FI-FGTS, o fundo ingressou no quadro societário da J.Malucelli Energia com participação de 40,8% após investir R$ 330 milhões na empresa. O objetivo do investimento era a "implantação de projetos voltados aos segmentos de geração hidrelétrica, eólica e térmica e para projetos de transmissão de energia".

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Além da J.Malucelli, Madoglio afirmou ter recebido propina de outras duas empresas. Ao todo, as três companhias receberam R$ 1,2 bilhão do FI-FGTS, fundo também formado com parte do dinheiro depositado na conta dos trabalhadores. A propina relacionada aos aportes, de acordo com o delator, soma R$ 10 milhões.

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Por meio de nota, Dias afirmou que Joel Malucelli é um "empresário respeitado no Paraná" e que ele se afastou "há muitos anos das empresas do grupo para se dedicar à atividade política." "De qualquer forma, como sempre, o meu posicionamento é de apoio integral às investigações", disse o presidenciável. O senador também afirmou que as doações recebidas foram declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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Defesas. A assessoria de Joel Malucelli afirmou que as declarações de Madoglio "são falsas e repletas de contradições" e que o delator "não sabe dizer onde, quando nem se recebeu algum valor". "Cita, levianamente, o nome de Joel Malucelli, que não ocupava nenhum cargo executivo na empresa à época", disse, por meio de nota. Sobre as doações eleitorais, a assessoria informou que todas foram feitas dentro da lei.

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