O Estadão Verifica checou as falas do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, na sabatina do Estadão nesta quarta-feira, 18. Boulos citou dados imprecisos sobre pesquisas Datafolha, mas acertou números sobre efetivo de Guarda Municipal e corredores de ônibus. Veja o resultado abaixo.
A equipe entrou em contato com a assessoria do candidato sobre as checagens, e atualizará o texto conforme as respostas chegarem.
"Minha taxa de rejeição no último Datafolha antes das eleições era menor do que a de duas semanas antes, inclusive menor que a do prefeito Bruno Covas".
Não é bem assim: na última pesquisa Datafolha antes do primeiro turno das eleições municipais paulistanas, realizada nos dias 13 e 14, a taxa de rejeição de Bruno Covas (PSDB) registrada foi de 25%, e a de Boulos, 24%. Considerando a margem de erro do levantamento, de três pontos porcentuais, os dois estavam em empate técnico.
Além disso, é impreciso afirmar que a rejeição ao candidato do PSOL diminuiu, pois desde 20 de outubro o índice segue na mesma faixa, em torno dos 24%, nas pesquisas do instituto. Todas os levantamentos citados foram feitos no primeiro turno.
"A GCM de São Paulo tem menos efetivo que a GCM do Rio, sendo que SP tem o dobro da população".
É verdade. O efetivo da Guarda Municipal do Rio era de 7.312 agentes em 2019, e o da Guarda Civil Municipal paulistana era de 6.106 no mesmo ano. De acordo com estimativas populacionais do IBGE, São Paulo tem cerca 12,3 milhões de habitantes e o Rio de Janeiro possui 6,7 milhões.
"(Bruno Covas e João Doria) fizeram menos de 4 km de corredor".
Isso também é verdade. De acordo com o relatório de metas da Prefeitura de São Paulo, foram 2,68 km na Avenida Cecília Lottenberg. Outras duas obras estavam em andamento. Somando com faixas exclusivas de ônibus, eram 14,88 km.
"A Consultoria Ernst & Young fez um estudo e estimou que seria possível reduzir os custos em R$ 400 milhões por ano só sanando irregularidades e desvios."
O candidato se refere a uma auditoria feita pela empresa de consultoria em 2014. A Ernst & Young constatou diversas irregularidades naquela época, como a não realização de viagens pelas empresas contratadas pela Prefeitura. Estas economizavam cerca de R$ 369,6 milhões por ano pelo descumprimento das partidas programadas. Caso a prefeitura aplicasse multas, o valor poderia chegar a R$ 36 milhões.
"A taxa de investimento dos quatro anos de Doria e Covas é pouco mais da metade do governo Fernando Haddad. Vou retomar a taxa de investimento anterior, que foi de 20 bi".
A afirmação de Boulos é exagerada. Segundo os balanços financeiros disponíveis no portal da prefeitura, o maior valor de investimento empenhado pela gestão Haddad ocorreu em 2015, na ordem de R$ 4,48 bilhões. Durante os quatro anos de mandato, o governo petista somou pouco mais de R$ 15 bilhões em investimentos empenhados.
Já a gestão Doria registrou empenho de R$ 1,98 bilhão no exercício de 2017; R$ 2,3 bilhões em 2018; e R$ 3,55 bilhões em 2019. O balanço referente ao ano de 2020 ainda não foi divulgado.
"São 130 bilhões de reais de dívida ativa".
O número citado está correto. De acordo com relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), a Prefeitura tinha R$ 130.327.456,00 a receber até 31 de dezembro de 2019.R
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