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PF faz buscas em endereços de Cristiane Brasil

Deputada é alvo da segunda fase da Operação Registro Espúrio, que mira supostas fraudes em registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho

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Por Fabio Serapião , Igor Gadelha e Breno Pires/BRASÍLIA
Atualização:

Cristiane Brasil (PTB RJ). Foto: João Ricardo /PTB

Endereços da deputada federal Cristiane Brasil (PTB) são alvo de busca e apreensão na segunda fase da Operação Registro Espúrio, que mira suposta organização criminosa que investigada concessão fraudulenta de registros sindicais junto ao Ministério do Trabalho. Entre os locais vasculhados pela PF estão o gabinete e o apartamento funcional da parlamentar.

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A deputada chegou a ser cotada para o cargo de ministra da pasta. No entanto, diversas decisões da Justiça Federal e uma liminar da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, suspenderam sua posse. O governo acabou desistindo de seu nome para o cargo.

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"Além das buscas, a pedido da Policia Federal e da PGR, serão impostas medidas cautelares consistentes em proibição de frequentar o Ministério do trabalho e de manter contato com os demais investigados ou servidores do Ministério", afirmou a PF, por meio de nota.

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A PF já havia afirmado, na representação que baseou a primeira fase da operação, que iria investigar a "possível participação" de Cristiane Brasil e outros deputados do PTB no esquema criminoso envolvendo a concessão de registros sindicais. Cristiane Brasil foi citada em uma conversa travada entre Renato Araújo Júnior, então servidor do Ministério do Trabalho, membro do núcleo administrativo da suposta organização criminosa, e o suplente de deputado federal Wilson Santiago Filho (PTB-PB).

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De acordo com relatório de análise telemática, o servidor da secretaria de Relações do Trabalho, que atendia a interesses de membros do PTB, disse a Wilson Filho que tinha "priorizado ao máximo o senhor, Deley e Cristiane Brasil". O pedido do servidor Renato era que petebistas reforçassem o "protagonismo" dele na Secretaria de Relações do Trabalho. A sustentação dele vinha do apoio do partido, incluindo do presidente, Roberto Jefferson, pai da deputada.

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O delegado Leo Garrido, na ocasião, ao falar sobre Cristiane Brasil, Deley e o deputado estadual de São Paulo Campos Machado, todos petebistas, dissse que "os indícios constantes nos autos ainda não são aptos a comprovar o envolvimento deles com a Orcrim (organização criminosa)". "Faz-se necessário o aprofundamento das investigações, com vistas a aferir a possível participação de tais parlamentares neste esquema criminoso", afirmou o delegado Leo Garrido no documento datado de 2 de maio.

Cristiane é filha do presidente do PTB Nacional, Roberto Jefferson, que também é alvo da Registro Espúrio. Pivô do escândalo do Mensalão do PT, o ex-deputado também teve seus endereços vasculhados pela PF.

Além de Jefferson, foram alvo busca na primeira fase da Registro Espúrio os gabinetes dos deputados Jovair Arantes (PTB), Paulinho da Força (Solidariedade) e Wilson Filho (PTB). A sede da Força Sindical também foi alvo da ação da PF. Todos são apontados como integrantes do núcleo político da suposta organização criminosa que atuava na pasta.

COM A PALAVRA, CRISTIANE BRASIL

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NOTA À IMPRENSA

A Deputada Cristiane Brasil recebeu os procedimentos investigativos com tranquilidade, pois não tem papel nas decisões tomadas pelo Ministério do Trabalho, além das relações partidárias. "Espero que as questões referentes sejam esclarecidas com brevidade e meu nome limpo."

Assessoria da Deputada Cristiane Brasil

COM A PALAVRA, ROBERTO JEFFERSON

Desde que a Operação Registro Espúrio foi deflagrada pela Polícia Federal, em maio, a mídia se refere aos suspeitos de ter cometido irregularidades no Ministério do Trabalho como culpados - como se as investigações já estivessem concluídas e o juízo, sacramentado pela Justiça.

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É preciso separar, porém, o joio do trigo: o que é ação política do que é corrupção. Uma coisa é representar, com transparência, interesses legítimos junto ao Poder Público, prática que caracteriza uma democracia. Outra, utilizar a máquina pública no favorecimento de interesses criminosos, ilegais.

A Presidência do PTB apoia o trabalho da Polícia Federal e reitera que não participa - e não participou - de quaisquer negociações espúrias no Ministério do Trabalho.

E ratifica, quantas vezes for necessário, que caso seja comprovado o envolvimento de petebistas no suposto esquema investigado, cabe a eles assumir suas responsabilidades perante a Justiça.

Brasília, 12 de junho de 2018

Roberto Jefferson Presidente Nacional do PTB

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