No dia seguinte à bomba que anunciou, sobre omissões que podem levar à rescisão da delação da JBS, o procurador-geral da República Rodrigo Janot disse que 'não tem coragem, mas medo de errar'.
"Eu não tenho coragem alguma, na verdade o que eu tenho é medo e o medo nos faz alerta", declarou Janot, nesta terça-feira, 5.
Na segunda, 4, o procurador decidiu abrir investigação com base em áudio de um diálogo que durou quatro horas entre o empresário Joesley Batista, principal acionista da JBS, e o executivo do grupo Ricardo Saud.
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O áudio chegou à Procuradoria 'acidentalmente', na quinta-feira, 31. A própria defesa da JBS entregou a gravação realizada em 17 de março.
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Janot disse nesta terça que viveu seus 'dias mais tensos e dos maiores desafios desse período'.
"Alguém disse para mim 'você realmente é um homem de muita coragem'. Aí eu parei e pensei, será que eu sou um cara de coragem mesmo? Tive a conclusão que eu não tenho coragem alguma. Na verdade, o que eu tenho é medo e o medo nos faz alerta."
"E medo de quê? Medo de errar muito e medo de decepcionar minha instituição. Todas as questões eu enfrentei muito mais por medo de errar, medo de me omitir, medo de decepcionar a minha instituição, do que por coragem de enfrentar esses enormes desafios."