Mario Sergio Cortella nega ser autor de texto viral 'Atire a primeira pedra'

Mensagem compartilhada no Facebook pede que pessoas não culpem prefeitos, governadores e presidente pela pandemia de covid-19

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Por Pedro Prata
Atualização:

Um texto intitulado "Atire a primeira pedra" viralizou nas redes sociais ao ser falsamente creditado a Mario Sergio Cortella. Trata-se de um conteúdo impostor que se utiliza do nome do filósofo para dar mais credibilidade à mensagem. O Estadão Verifica checou o texto após duas publicações atingirem, somadas, 503 mil visualizações e 3,3 mil compartilhamentos no Facebook.

Mario Sergio Cortella negou autoria do texto. Foto: Ricardo Chicarelli/Estadão

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Uma busca no Facebook pelo nome de Mario Sergio Cortella e o termo "primeira pedra" leva a uma postagem de 13 de abril na página oficial do filósofo no qual ele nega a autoria da postagem. "Circula pela internet um texto sobre 'atire a primeira pedra', como se fosse de minha autoria. Não é", escreveu. Isso quer dizer que versões desta publicação já circulavam na rede social ao menos desde abril.

O texto viral pede que "atire a primeira pedra" quem "tiver a real solução" para a pandemia de covid-19. A postagem continua, afirmando que "a culpa não é do prefeito! A culpa não é do governador! A culpa não é do presidente". E conclui: "Quem sabe não é a hora de parar de perder tempo atirando pedras e dando palpites, e começar a orar mais, amar mais, chorar mais, valorizar mais os amigos e a família... Chega de ódio!"

https://www.facebook.com/MarioSergioCortella/photos/a.193200950815189/1756901691111766/?type=3&theater

Outras personalidades também já tiveram seu nome falsamente associado a textos virais. Ao jornalista Alexandre Garcia foi creditada uma mensagem que desejava a saída de Jair Bolsonaro da presidência. Já um texto que teria sido escrito pelo comentarista Caio Coppolla na verdade é de autoria desconhecida. Até mesmo o escritor britânico C. S. Lewis foi erroneamente considerado autor de um texto sobre a "pandemia do medo".

Este boato também foi checado por Fato ou Fake, Boatos.org e Agência Lupa.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

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Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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