Os desafios do combate à corrupção estiveram no centro de um debate sobre as duas maiores operações da história – a Mãos Limpas, da Itália, e a Lava Jato, do Brasil, hoje na sede no jornal O Estado de S. Paulo. O evento foi uma parceria com o Centro de Debate de Políticas Públicas (CDPP) e contou com palestras do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso; do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
Também falou sobre o tema a economista e estudiosa da teoria da corrupção Maria Cristina Pinotti, que lança o livro Corrupção: Lava Jato e Mãos Limpas (Portfólio-Penguim e CDPP, 2019).
Barroso disse que conservadores acham que "corrupção ruim é a dos outros" e disse ver "pacto de saque" ao Estado brasileiro. Dallagnol disse que o 12h46 Barroso concede entrevista após o evento. Questionado sobre as comemorações pelo aniversário de 55 anos do golpe militar de 1964, ele disse: "Não é difícil imaginar o que eu penso". Moro não quis comentar o assunto. 12h30 A cobertura completa do debate com Moro, Dallagnol, Barroso e Maria Cristina está disponível na página de Política do Estadão. Clique aqui. Detalhes sobre o evento também serão publicados na edição impressa de O Estado de S. Paulo amanhã. 12h25 Vera Magalhães encerra o debate com Barroso, Moro e Maria Cristina. 12h25 Barroso diz que se pauta entre quais são as decisões que vão produzir melhores resultados para a sociedade. "Os juízes devem ter esses compromissos". 12h23 Veja a fala inicial do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, no evento. 12h21 Luís Roberto Barroso diz que teve nomeação por Dilma Rousseff, mas isso não tira sua isenção. "Eu não faria nada para atendê-la ou qualquer outro. Não me sinto devedor. Fui nomeado para servir o País, sem proteção de amigos, perseguição de amigos. É uma linha reta." "Eu estive almoçando com um juiz federal de Boston: 'o que mais me angustia é quando preciso interpretar a lei produzindo um resultadoq eu considero injusto'. E eu disse que jamais me aconteceu. Nunca produzi interpretação que fizese mal ao País. Sempre é possível argumentativamente interpretar a Constituição no sentido de realizar a Justiça no caso concreto". 12h18 Moro: "Dei mão livre para a PF cumprir seu trabalho, com respeito às leis. Paralelamente, foi constatado o esvaziamento de algumas forças tarefas da Lava Jato. Um dos objetivos primeiros do ministério foi o reestabelecimento do efetivo dessas forças tarefas" 12h17 A Moro, Vera pergunta como blindar a Polícia Federal e a Judiciária de interferências políticas. Ele responde: "O que eu coloquei quando assumi o ministério é que o papel do ministro não é ser investigador, um superjuiz, um supertira. O papel é dar estrutura para que os órgãos de investigação possam fazer seu trabalho. Orientei a PF a cumprir bem seu trabalho." 12h14 Vera Magalhães pergunta a Barroso sobre o inquérito para investigar ameaças contra ministros do STF. "É um privilégio? Já que outros agentes não podem abrir inquérito em causa própria?" "Foi uma decisão do presidente. A crítica que eu faria é que não importa o juízo que as pessoas façam de qualquer decisão do Supremo. Mas ameaças são inaceitáveis numa democracia. Não vou falar sobre o inquérito. Sobre as ameaças, falo: temos que ter um pacto de civilidade. As críticas podem ser severas, mas não ameaças", diz Barroso. 12h12 Barroso complementa resposta de Moro: "O que renova minha esperança é que tudo funciona bem quando tem gente decente. Pedro Parente arrumou a Petrobras. Ilan arrumou o Banco Central. E tem muita gente competente por aí. É só achar as pessoas certas". 12h11 Sérgio Moro diz que seu grupo de trabalho sabe que não se resolvem problemas unicamente modificando e aprimorando leis. "Faz parte, mas não é só isso que resolve. Temos planos para mais adiante. Estamos abertos a sugestões para apresentar projetos que prenivam oportunidades da prática de corrupção. Isso é mais efetivo do que atuar no pós-fato". 12h07 Moro diz que proposta de regulamentação do lobby é algo que está sendo debatido também. 12h07 Sérgio Moro diz que há muito chão pela frente no governo. "A opção foi apresentar um projeto com medidas relativamente singelas com relação à corrupção. O governo editou um decreto construído no Ministério da Transparência estabelecendo critérios de nomeação de cargos em comissão. É um avanço nessa seara". 12h03 Debate sobre combate à corrupção continua na sede do Estado. Foto: Felipe Rau/Estadão 12h02 Barroso diz que hoje os jovens têm um padrão de exigência ética e reafirma que a Lava Jato é "irreversível". "Esse trem já saiu da estação". Diz que nem os corruptos nem a Lava Jato têm imunidade. "Tudo está sujeito ao escrutínio público". ACOMPANHE AO VIVO
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