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PF diz que diálogos hackeados serão 'preservados, porque são privados'

Em nota, Polícia Federal alerta que escopo do inquérito da Operação Spoofing não é o conteúdo das mensagens capturadas por grupo de hackers que atingiu centenas

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Foto do author Luiz Vassallo
Foto do author Fausto Macedo
Por Luiz Vassallo e Fausto Macedo
Atualização:

Ministro da Justiça, Sérgio Moro. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO  

A Polícia Federal afirmou, nesta quinta, 25, que 'as investigações que culminaram com a deflagração da Operação Spoofing não têm como objeto a análise das mensagens supostamente subtraídas de celulares invadidos'.

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"O conteúdo de quaisquer mensagens que venham a ser localizadas no material apreendido será preservado, pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal", diz.

"Caberá à justiça, em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções", afirma.

A interlocutores, o ministro da Justiça tem defendido que o material não seja submetido à análise dos investigadores para que não haja nova violação de intimidade dos alvos dos hackers.

Sérgio Moro também tem ponderado a pessoas próximas que o destino do conteúdo depende da análise de um juiz responsável pela investigação - no caso, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal, que decretou a prisão de 4 suspeitos de envolvimento com os ataques.

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Reação no Supremo

Após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, informar a pelo menos um dos alvos do suposto grupo hacker que o material particular obtido seria descartado, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que uma eventual destruição deve ser analisada pelo poder Judiciário, e não por um órgão administrativo.

"Isso aí é prova de qualquer forma. Tem que marchar com muita cautela. O ideal seria ter o crivo realmente de um órgão do Judiciário. E não simplesmente decidir no campo admistrativo que poderá haver destruição de provas", disse o ministro ao Broadcast Político.

PGR

O vice-procurador-geral da República, Luciano Mariz Maia, disse, na noite desta quinta-feira, 25, à Coluna do Estadão que "quem decide o futuro das provas é o Judiciário".

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Comunicado

Mais cedo, nesta quinta, 25, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha, afirmou que 'o ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém'.

"As investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso", diz.

O ministro ainda disse. "O ministro do STJ disse que está tranquilo porque não tem nada a esconder e que pouco utilizava o Telegram".

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