O borracheiro José Valter Dias conseguiu a façanha de se transformar no 'maior latifundiário do oeste baiano'. Ele afirma ser dono de 360 mil hectares de terra, o que equivale a cinco vezes a cidade de Salvador.
José Valter seria um dos principais beneficiados de uma 'teia de corrupção' que se instalou no Tribunal de Justiça da Bahia baseada na venda de sentenças judiciais e grilagem de terras, desmantelada pela Operação Faroeste, deflagrada na sexta, 22, por ordem do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça.
Em representação, a Procuradoria da República diz que o borracheiro nunca trabalhou com agricultura, mas isso não o impediu de se tornar 'um dos maiores latifundiários do País' com a Fazenda São José em Barreiras, distante 870 quilômetros da capital baiana.
Documento
TEIA DE CORRUPÇÃOEle também possui 5% de participação na empresa JJF Holding, de capital social R$ 581,7 mil. Segundo os investigadores, ela é abastecida com recursos provenientes da fazenda do borracheiro. Os outros sócios são Joílson Gonçalves Dias (49%) e Geciane Maturino (46%), esposa de Adailton Maturino, suposto idealizador do esquema que se passava por 'cônsul da Guiné-Bissau'.
José Valter Dias não foi encontrado pelos agentes federais que deveriam cumprir sua prisão temporária. Para o Ministério Público Federal, 'revela-se inusitado o desaparecimento de José Valter Dias da região'.
Some-se a isso o fato de que a JJF Holding de Investimento não teve sua sede localizada. "Serve a prisão de José Valter Dias como único meio para debelar a destruição de evidências probatórias acerca do mecanismo de dissimulação e ocultação das eventuais vantagens adimplidas aos investigados.