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Celso recusa pedido de Flávio Bolsonaro para ter acesso ao depoimento de Paulo Marinho

Decano colocou testemunho do empresário sob sigilo na noite de segunda, 25, e em seguida, negou pedido apresentado pelo senador para obter cópia da oitiva; ex-aliado de Bolsonaro será ouvido nesta terça, 26, no Rio

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, negou às 23h15 de segunda-feira, 25, o pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro para ter acesso ao depoimento do empresário Paulo Marinho, que será ouvido nesta terça, 26, no Rio de Janeiro. O decano colocou a oitiva sob sigilo, atendendo requisição da Polícia Federal.

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Ao negar o pedido de Flávio Bolsonaro, Celso de Mello destacou que o senador não é investigado no inquérito que apura supostas interferências políticas do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Por isso, não poderia ter acesso ao depoimento de Marinho - o documento ficou restrito apenas ao Ministério Público Federal após o decano impôr sigilo.

"Cabe observar, finalmente, que praticados os atos de investigação penal postos sob regime de sigilo, tal circunstância não impedirá que, em momento oportuno, e uma vez formalmente incorporados aos autos do inquérito, venham eles a tornar-se acessíveis aos investigados", esclareceu o ministro.

O depoimento de Marinho será prestado às 9h desta terça, 26, na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro. O empresário e ex-aliado de Bolsonaro é pivô de investigação sobre suposto vazamento de informações da Operação Furna da Onça, que levou à produção do relatório do Coaf que detectou movimentações suspeitas do ex-assessor Fabrício Queiroz. O caso foi revelado pelo Estadão.

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O senador Flávio Bolsonaro durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília. Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

Em entrevista à Folha de S. Paulo, Marinho revelou que um delegado simpatizante de Bolsonaro teria repassado a dica para demitir Queiroz e sua filha antes da deflagração da operação - e disse que iria 'adiar' a ação para depois do segundo turno das eleições de 2018.

O empresário já foi ouvido pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal no inquérito da PF Rio sobre o vazamento. Agora, prestará depoimento no caso Moro contra Bolsonaro após intimação da Procuradoria-Geral da República. O caso quer apurar ligações entre as revelações do Marinho e as acusações de Moro sobre as tentativas de Bolsonaro em trocar o comando da Polícia Federal do Rio.

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