Montagem de inscrição sobre Jesus na camiseta de Manuela D'Ávila volta a circular nas redes

Boato circula desde 2018, quando ex-deputada federal concorreu à vice-presidência na chapa de Fernando Haddad

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Por Pedro Prata
Atualização:

Uma antiga montagem com uma foto de Manuela D'Ávila foi resgatada nas redes sociais para atacar a ex-deputada federal. Atualmente ela é a candidata à prefeitura de Porto Alegre pelo PCdoB. A imagem alterada digitalmente mostra Manuela vestindo uma camiseta onde se lê "Jesus é travesti" -- a foto original tem os dizeres "rebele-se". A postagem checada pelo Estadão Verifica já foi compartilhada mais de 3 mil vezes no Facebook desde o dia 19 de setembro.

Inscrição sobre Jesus na camiseta de Manuela D'Ávila é montagem. Foto: Reprodução

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Este boato circulou inicialmente em 2018. Naquele ano, Manuela D'Ávila foi candidata a vice-presidente na chapa com Fernando Haddad (PT). Conforme mostrou o Estadão Verifica em parceria com o Projeto Comprova, a foto original foi clicada pela fotógrafa Isis Medeiros no dia 17 de julho de 2018, durante a sabatina dos pré-candidatos à presidência da República organizada pelo programa Voz Ativa, da Rede Minas de Televisão, em Minas Gerais.

A camiseta utilizada pela então candidata na verdade trazia os dizeres "rebele-se". Ao se comparar a foto utilizada no boato com a imagem da sabatina, é possível concluir que se trata da mesma situação. O tom da camiseta de Manuela D'Ávila é o mesmo, além de elementos em comum como o colar e um brinco vermelho.

Elementos no vestuário da política permitem concluir se tratar da mesma ocasião. Foto: Reprodução de redes sociais | Rede Minas/Reprodução

Não é a primeira vez que Manuela é alvo de desinformação. Já circularam nas redes um tuíte falso com menção a "pegar armas" contra o ex-juiz federal Sérgio Moro e até uma foto alterada digitalmente para dar a impressão de que Manuela teria tatuagens de Che Guevara e Lenin. As duas foram checadas pelo Estadão Verifica e pelo Projeto Comprova.

Este conteúdo também foi checado pela Agência Lupa e Fato ou Fake.

Este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook. O Estadão Verifica tem acesso a uma lista de postagens potencialmente falsas e a dados sobre sua viralização em razão de uma parceria com a rede social. Quando nossas verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente.

Um pré-requisito para participar da parceria com o Facebook  é obter certificação da International Fact Checking Network (IFCN), o que, no caso do Estadão Verifica, ocorreu em janeiro de 2019. A associação internacional de verificadores de fatos exige das entidades certificadas que assinem um código de princípios e assumam compromissos em cinco áreas:  apartidarismo e imparcialidade; transparência das fontes; transparência do financiamento e organização; transparência da metodologia; e política de correções aberta e honesta. O comprometimento com essas práticas promove mais equilíbrio e precisão no trabalho.

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