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Vice do COB, 90, está com 'psicose aguda, totalmente desorientado', diz defesa

Advogado do nonagenário André Richer informou ao juiz federal Marcelo Bretas que o executivo, alvo de mandado de busca e apreensão da Operação Unfair Play que prendeu Carlos Nuzman, está internado

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Por Julia Affonso
Atualização:
 Foto: Estadão

A defesa do vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), André Gustavo Richer, de 90 anos, informou ao juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, que o executivo está internado desde 6 de setembro. O diagnóstico, segundo o defensor, é de 'psicose aguda'.

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O nonagenário é investigado na Operação Unfair Play, desdobramento da Lava Jato que investiga a compra de votos para eleger o Rio de Janeiro como cidade olímpica. A primeira fase foi deflagrada em 5 de setembro. O vice do COB foi alvo de mandado de busca e apreensão na segunda etapa da operação, em 5 de outubro.

O presidente afastado do Comitê, Carlos Arthur Nuzman, está preso em caráter preventivo - sem prazo para terminar.

A defesa de André Richer apresentou manifestação a Bretas na terça-feira, 10. "Na data de 4 de outubro de 2017, deferiu medida cautelar de busca e apreensão nos endereços residenciais e profissionais do requerente indicados pelo Ministério Público Federal. No entanto, o requerente, com problemas de saúde, não se encontrava em nenhum dos endereços durante a realização das diligências."

Segundo a defesa, o executivo tem 90 anos e está 'totalmente desorientado'. O advogado entregou um receituário médico ao juiz.

"O sr. André Gustavo Richer encontra-se internado neste nosocômio desde o dia 6 de setembro de 2017, devido a quadro de psicose aguda. No momento não encontra-se lúcido e não orientado no tempo e no espaço", diz o documento.

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O advogado Ricardo Cerqueira informou a Bretas que André Richer passou por cirurgia 'bastante complexa' na segunda-feira, 9. O procedimento, relata a defesa, durou mais de 6 horas.

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"Em decorrência de complicação abdominal se encontra no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do hospital, tudo conforme o incluso receituário médico", afirmou.

O defensor anotou que André Richer 'não possui qualquer envolvimento nos fatos relacionados à Operação Unfair Play ou qualquer outra atividade de natureza ilícita'.

"O requerente, por seu advogado, vem a Vossa Excelência requerer a juntada do incluso relatório médico e, ainda, acesso aos autos deste processo a fim de justificar os objetos apreendidos durante a busca e apreensão, bem como para prestar os esclarecimentos necessários à sua defesa, no caso de necessidade", solicitou a defesa.

Alvo. André Richer presidiu o Comitê entre 1990 e 1995. A partir daquele ano, Carlos Arthur Nuzman assumiu a presidência e André Richer passou a ocupar a vice-presidência do COB.

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No pedido a Bretas, que originou a segunda fase da Unfair Play, a força-tarefa da Lava Jato registrou que durante a primeira etapa da operação haviam sido localizados documentos que demandavam 'aprofundamento na investigação quanto à extensão da participação de André Richer na organização criminosa investigada'.

Um dos documentos é um contrato de mútuo firmado entre André Richer (mutuante) e Carlos Nuzman (mutuário) no valor de R$ 100 mil em maio de 2017. O outro foi localizado no Comitê. Trata-se, segundo os procuradores, de um contrato de comodato firmado entre André Richer (comodante) e Carlos Arthur Nuzman (comodatário), 'em que aquele dá em comodato a este, pelo período de 3 anos e renovação automática, um imóvel'.

"Tais contratos causam estranheza, ainda mais diante do contexto de práticas criminosas investigadas envolvendo o COB e seu presidente, Carlos Nuzman. Diante do apresentado, faz-se necessária a inclusão de André Gustavo Richer, vice-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro desde o ano de 1995, na presente investigação", solicitou o Ministério Público Federal na ocasião.

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