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Justiça decreta preventiva de Nuzman

Marcelo Bretas acolhe pedido da força-tarefa da Operação Unfair Play e coloca presidente do Comitê Olímpico do Brasil em custódia fechada

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Por Julia Affonso e Constança Rezende
Atualização:

Carlos Arthur Nuzman. Foto: Fábio Motta/Estadão

O juiz federal Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal, do Rio, mandou prender por tempo indeterminado o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, na Operação Unfair Play, desdobramento da Lava Jato. O executivo estava custodiado temporariamente por cinco dias - o prazo acabava hoje. O magistrado ordenou ainda a prorrogação da custódia temporária de Leonardo Gryner, braço direito de Nuzman.

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CUSTÓDIA FECHADA

"Decreto a prisão preventiva de Carlos Arthur Nuzman, e assim o faço para garantia da ordem pública e para assegurar a aplicação da lei penal, com fundamento nos artigos 312, caput e 313, I, ambos do CPP; e determino a prorrogação da prisão temporária de Leonardo Gryner, na forma do artigo 2º da Lei 7.960/89", determinou Bretas.

Na mesma decisão, Bretas acolheu pedido do Ministério Público Federal e mandou o COB e o Comitê Organizador Rio 2016 entregarem os emails da secretária de Nuzman em 24 horas. Os investigadores miram as mensagens trocadas por Maria Celeste de Lourdes Campos Pedroso com Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo, 'para tratar do assunto de pagamento de propinas'.

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Nuzman e seu braço direito Leonardo Gryner estão presos desde quinta-feira, 5, por ordem do juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Criminal Federal do Rio. Ele e Nuzman estão custodiados em Benfica, na zona norte do Rio.

A Unfair Play investiga a compra de votos para eleger o Rio de Janeiro como cidade olímpica. Segundo a força-tarefa, o grupo do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) comprou o voto de Lamine Diack, por US$ 2 milhões, por meio de Papa Diack. O pagamento teria sido feito pela empresa Matlock Capital Group, do empresário Arthur Soares, o 'Rei Arthur'.

A investigação da força-tarefa da Lava Jato aponta que nos últimos 10 dos 22 anos de presidência do COB, Nuzman aumentou seu patrimônio em 457%. Para os investigadores, não há 'indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça'.

O Ministério Público Federal afirma que Nuzman declarou a existência de 16 barras de ouro, 1 kg cada uma, que mantinha no exterior, à Receita Federal, por meio de retificação de uma retificação em seu imposto de renda em 20 de setembro de 2017, quinze dias após a deflagração da primeira fase da Unfair Play. Na ocasião, Nuzman foi alvo de mandado de busca e apreensão.

 

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