Toda a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa - exceto os relatos em que eles citam políticos com foro privilegiado - foi tornada pública nesta quinta-feira, 12, pela Justiça Federal do Paraná. Ao determinar a inclusão nos autos da Lava Jato dos depoimentos de Costa e também do doleiro Alberto Youssef, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz todas as ações da Operação Lava Jato, afirmou que o Judiciário "não se presta para ser o guardião de segredos sombrios".
Segundo o magistrado, os mandamentos constitucionais impõem que "processo de supostos crimes contra a administração pública deve ser feito com transparência e publicidade". A medida foi tomada pelo magistrado, inclusive, para atender sucessivos pedidos de defensores dos empreiteiros que estão presos sob acusação de corrupção ativa, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Em um trecho do depoimento, Costa afirmou que o ex-deputado Pedro Corrêa (PP), condenado no escândalo do Mensalão, recebeu R$ 5,3 milhões do esquema de corrupção na estatal para sua campanha eleitoral de 2010. Ele citou também uma propina de R$ 400 mil para o ex-deputado e ex-líder do governo na Câmara, Cândido Vacarezza (PT), por um contrato de importação de asfalto da Petrobrás com a empresa Sargent Marine.
À Justiça, o ex-diretor da Petrobrás disse que a empreiteira Odebrecht, que está na mira da força-tarefa da Lava Jato, fez depósitos de propinas "a cada dois ou três meses" em suas contas no exterior entre 2008 e 2013 a título de "política de bom relacionamento" da empresa com ele. Os repasses totalizaram ao menos US$ 31,5 milhões até 2012.
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