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Juiz vê 'tentativa de fuga' de Battisti

Ao decretar a prisão preventiva do ativista, preso na fronteira com a Bolívia, magistrado federal destacou que o italiano temia ser extraditado para seu país, onde foi condenado à prisão perpétua por terrorismo nos 1970

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Por Fausto Macedo , Julia Affonso e Luiz Vassallo
Atualização:

Juiz Odilon de Oliveira. Foto: Alvaro Rezende/Correio do Estado

Ao colocar o ativista italiano Cesare Battisti em prisão por tempo indeterminado, o juiz federal Odilon de Oliveira, da 3.ª Vara Federal de Campo Grande, apontou 'tentativa de fuga'. O ativista foi preso em flagrante na quarta-feira, 4, tentando atravessar a fronteira do Brasil com a Bolívia, a Polícia Federal apreendeu US$ 6 mil e 1.300 euros, além de 'documentos diversos' e, ainda, o que os agentes rotularam de 'objeto não classificado'.

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O magistrado federal destacou que o italiano temia ser extraditado para seu país, onde foi condenado à prisão perpétua por terrorismo nos 1970. Cesare Battisti foi acusado por quatro assassinatos. No último dia de seu segundo mandato, em 2010, o então presidente Lula assinou decreto no qual negou ao governo italiano o pedido de extradição do ativista.

 Foto: Estadão
 Foto: Estadão
 Foto: Estadão

"O fato de o custodiado estar se dirigindo a território estrangeiro, sem autorização do governo brasileiro, como impõe a Lei 9.474/97, deve ser levado em consideração. Dirigia-se ele à Bolívia conduzindo razoável quantia em moedas estrangeiras e também diversas bagagens", afirmou o juiz.

O juiz apontou como 'notável' o fato de que 'o governo da Itália insiste na extradição do custodiado'.

"Como bem acentuou o Ministério Público Federal, o contexto geral da ocorrência faz concluir, ao menos em caráter provisório, que Cesare Battisti, procurava se evadir do território nacional, temendo ser efetivamente extraditado", anotou o juiz.

"A ordem pública recomenda a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva."

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Cesare chegou por volta das 15h30, algemado, à sala de audiência, do Fórum Federal de Corumbá. O italiano foi ouvido por meio de videoconferência. Odilon de Oliveira estava em seu gabinete, em Campo Grande.

A PF autuou Battisti em flagrante por evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Em seu interrogatório, o ativista - condenado na Itália à prisão perpétua por terrorismo - disse que ia fazer pescaria e comprar roupas de couro no país vizinho.

COM A PALAVRA, O CRIMINALISTA IGOR TAMASAUSKAS, QUE DEFENDE CESARE BATTISTI

 

"A defesa de Cesare Battisti vem a público informar que impetrará Habeas Corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a fim de revogar a prisão preventiva decretada pelo Juízo da Subseção Judiciária de Campo Grande."

 

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