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A delação do pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda foi o ponto de partida para a prisão do ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli (PMDB) na Operação Papiros de Lama, quinta etapa da Lama Asfáltica, deflagrada nesta terça-feira, 14, pela Polícia Federal. Ivanildo é apontado como operador de propinas e foi citado em outra delação, de executivos da JBS.
+ PF leva filho de Puccinelli para depor na Operação Papiros de Lama
Puccinelli foi preso logo ao amanhecer por agentes da PF. Ele estava em sua residência, em Campo Grande. O filho do ex-governador, advogado André Puccinelli Júnior, foi levado para depor na PF.
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A PF já havia requisitado anteriormente a prisão do peemedebista, em maio, mas a Justiça não autorizou a medida. Na ocasião, foi determinado o monitoramento do ex-governador por tornozeleira eletrônica.
Nesta quinta etapa da Lama Asfáltica, a PF insistiu no decreto de prisão de Puccinelli, apresentando, entre outras provas, os relatos de Ivanildo.
O fazendeiro contou que pegava a propina em dinheiro vivo em São Paulo e levava até Puccinelli. O dinheiro era levado em mochilas e caixas, revelou o delator.
O nome de Ivanildo surgiu na quarta fase da Lama. Executivos da JBS, que fecharam acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República, o citaram como suposto operador do esquema Puccinelli no período entre 2007 e 2014.
O empresário Wesley Batista, um dos acionistas da J&F - atualmente preso na PF em São Paulo -, contou em sua delação que o então governador do PMDB e o pecuarista entraram em rota de colisão, no fim do mandato de Puccinelli, em 2014.
Ivanildo não está entre os presos da Papiros de Lama. Segundo a PF, ele usa o termo 'comissão' ao se referir ao dinheiro que levava a Puccinelli.
A PF assinala que as provas contra o ex-governador não se limitam aos relatos do fazendeiro delator.
"Não é só o testemunho dele (Ivanildo). Documentos comprovam (a delação)", diz um investigador.
"Óbvio que quem paga e quem recebe propina, normalmente, não vai dar um recibo. Então, todo o arcabouço tem que ser comprovado de forma documental. No caso da Lama Asfáltica não têm recibos, mas planilhas."
COM A PALAVRA, O ADVOGADO RENÊ SIUFI, DEFENSOR DE ANDRÉ PUCCINELLI
O advogado Renê Siufi, que defende o ex-governador André Puccinelli, reagiu com veemência à versão do delator Ivanildo Miranda, que alegou ter repassado propinas em dinheiro vivo para o peemedebista. "É inconsistente (a delação), ele fala que arrecadou até março de 2015. Nessa época, o André Puccinelli nem era mais governador. Só se ele (Ivanildo, o delator) estava arrecadando para alguém e para ele próprio", declarou Siufi.
O defensor disse que iria aguardar a audiência de custódia, que deverá ser realizada ainda nesta terça-feira, 14, na Justiça Federal em Campo Grande. "Vamos ver qual o resultado. Se for mantida a ordem de prisão preventiva do governador, aí entramos com pedido de habeas corpus."
Renê Siufi disse que Puccinelli já foi ouvido três vezes na Polícia Federal sobre os fatos atribuídos a ele na Operação Lama Asfáltica. "Ele (Puccinelli) já falou sobre 90%, os outros 10% são referentes à delação (de Ivanildo Miranda) que é totalmente inconsistente."