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Sérgio Moro presta depoimento neste sábado à PF e PGR

Celso de Mello, do STF, designou três procuradores indicados pela Procuradoria para acompanhar a audiência, marcada para às 11h, em Curitiba

Foto do author André Borges
Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA – O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, vai prestar depoimento neste sábado, à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República em Curitiba (PR), onde voltou a morar.

Segundo fontes envolvidas na investigação, o depoimento deve ser tomado entre as 11 horas e 14 horas. Nesta sexta-feira, 1º, o ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, deferiu pedido formulado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e designou três procuradores indicados pela PGR para acompanhar o depoimento do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Sérgio Moro durante coletiva de imprensa em que anunciou sua saída do governo. Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Na noite de quinta, o decano já tinha determinado a realização da oitiva em até cinco dias de Moro, atendendo ‘razões de urgências’ apresentadas por três parlamentares. Moro afirmou, em entrevista à revista Veja, que entregaria provas de acusações de interferência política do Planalto na Polícia Federal ‘em momento oportuno’.

A expectativa é de que Moro apresente provas sobre a interferência de Bolsonaro na indicação do delegado Alexandre Ramagem para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal.

Reunião

Na véspera do depoimento de Moro, o presidente Jair Bolsonaro esteve reunido por cerca de três horas com o novo ministro da Justiça, André Mendonça, no Palácio da Alvorada

Jair Bolsonaro recebe o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, além de Wagner Rosário, ministro da Controladoria-Geral da União Foto: Dida Sampaio / Estadão

Mendonça chegou acompanhado do ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário, por volta das 17h30. Os dois deixaram o local perto das 20h30 sem falar com a imprensa. O compromisso não contava na agenda oficial das autoridades.

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Denúncias

Moro deixou o ministério na semana passada fazendo acusações diretas ao presidente e exibiu, no Jornal Nacional, da TV Globo, mensagem de Bolsonaro cobrando mudança no comando da PF, por causa de investigações envolvendo deputados bolsonaristas. 

As informações levaram o ministro do STF Alexandre de Moraes a determinar a suspensão de Ramagem no dia de sua nomeação, o que pegou o governo de surpresa e deixou Bolsonaro indignado. Se no dia o presidente disse que entendia e respeitava a decisão do Judiciário, no outro declarou que não tinha “engolido” ainda o assunto.

Na quinta-feira, 30, Bolsonaro declarou, em transmissão feita por meio de suas redes sociais, que tinha feito um “desabafo” ao avaliar como motivação política a decisão do ministro Alexandre de Moraes, de barrar a nomeação de Ramagem.

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Bolsonaro voltou a insistir para que o STF reveja a decisão e pediu para que os ministros levem em conta o currículo do policial. Na PF desde 2005, Ramagem tem experiência no combate ao crime organizado e de colarinho branco, mas teve a indicação criticada por conta do lobby que os filhos do presidente fizeram para que ele fosse o escolhido em substituição a Maurício Valeixo.

Bolsonaro chegou a dizer que “todo mundo ganha” com a nomeação de Ramagem. “Todo mundo ganha. O presidente da República ganha, ganha a PF, ganha a população como um todo porque o combate ao crime, ao tráfico, a outros ilícitos... isso com a experiência dele poderemos fazer com muito melhor precisão.”

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