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Cronologia da crise: Entenda a relação entre Bebianno e o presidente

Bolsonaro e seu ministro da Secretaria-Geral da Presidência estão no mesmo partido há pouco mais de um ano; acompanhe a linha do tempo

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Foto do author Renata Agostini
Foto do author Julia Lindner
Por Tania Monteiro , Renata Agostini e Julia Lindner
Atualização:
Gustavo Bebianno, secretário-geral da Presidência Foto: Dida Sampaio/Estadão

Cronologia do Caso Bebianno

5 de janeiro de 2018

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De olho nas eleições para o Planalto, o então deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) desistiu de se filiar ao PEN, que seria rebatizado de Patriota. A decisão foi vista como uma vitória de Gustavo Bebianno num duelo que se arrastava desde novembro com os irmãos Flávio e Carlos Bolsonaro.

7 de março

Agora como pré-candidato ao Planalto, Bolsonaro se filiou ao PSL, presidido por Luciano Bivar (PE). Bebianno foi escalado por Bolsonaro para comandar o partido durante a campanha eleitoral. A contragosto dos filhos de Bolsonaro, Bebianno atuou para aproximar Julian Lemos, um militante da Paraíba, do comando da campanha e tornar o senador Magno Malta (PR-ES) candidato a vice na chapa presidencial. As negociações irritaram Carlos e Flávio.

Julho

Bebianno procura o presidente do PR, Valdemar da Costa Neto, para costurar uma aliança do partido com o PSL na disputa presidencial. Valdemar exigiu coligação proporcional em São Paulo, para reforçar a legenda e eleger mais deputados na onda de votos de Eduardo Bolsonaro. Eduardo se opôs.

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15 de agosto de 2018

Flávio Bolsonaro foi convencido pelo pai a registrar o empresário Paulo Marinho, ligado a Bebianno, como suplente na sua candidatura ao Senado. E Carlos reclamou que Bebianno também atuou para impedir que disputasse uma cadeira na Câmara Federal pelo Rio. Com isso, o filho do presidente permaneceria como vereador e ficaria longe do pai numa eventual vitória nas eleições presidenciais.

21 de novembro de 2018

Durante o governo de transição, Bebianno antecipou o anúncio da escolha de Carlos Bolsonaro como chefe da Secretaria de Comunicação do governo (Secom), surpreendendo o filho do presidente que ainda estudava se a situação configurava nepotismo. No Twitter, Carlos afirmou que “não tem nada disso”. Em seguida, informou que deixaria o controle das redes sociais do pai.

6 de dezembro de 2018

O ‘Estado’ revelou que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou em relatório “movimentações atípicas” de um ex-assessor de Flávio Bolsonaro. O filho do presidente reclamou ao pai que Bebianno não estaria atuando para estancar a crise.

17 de janeiro de 2019

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Supremo Tribunal Federal suspendeu as investigações sobre o relatório do Coaf contra Flávio no âmbito do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro. Bebianno teria atuado para que a Corte analisasse o caso mesmo no recesso. A decisão de recorrer ao Supremo foi vista como um erro no núcleo do governo. A partir daí, Flávio passou a apoiar Carlos na luta do irmão contra o ministro.

1º de fevereiro de 2019

Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi reeleito presidente da Câmara. A campanha dele à reeleição contou com apoio de Bebianno. Carlos e outro filho de Bolsonaro, Eduardo, deputado do PSL por São Paulo, eram contra a aproximação do Planalto e a candidatura de Maia.

12 de fevereiro de 2019

Em meio a denúncias de supostas irregularidades nas candidaturas do PSL, Bebianno disse ao ‘Globo’ que o caso não criou crise no governo e tinha conversado sobre o assunto com Bolsonaro – naquele momento internado. “Não existe crise nenhuma. Só hoje falei 3 vezes com o presidente”, afirmou o ministro.

No começo da tarde do dia 13, Carlos escreveu no Twitter: “É uma mentira absoluta de Bebianno que ontem teria falado 3 vezes com Bolsonaro”. Também postou: “Não há roupa suja a ser lavada! Apenas a verdade: Bolsonaro não tratou com Bebiano o assunto exposto pelo O Globo como disse que tratou”. Horas depois, Bolsonaro retuitou as mensagens. Numa entrevista à noite divulgada pela TV Record, o presidente disse que Bebianno poderia “voltar às origens” caso estivesse envolvido em irregularidades.

15 de fevereiro de 2019

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Bebianno fica no governo. Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro afirmam que ele decidiu atender aos apelos políticos e manter o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, no cargo. O presidente ainda não conversou com o ministro. A informação foi dada a Bebianno pelos colegas Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Carlos Alberto dos Santos Cruz (Secretaria de Governo).

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