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Bolsonaro volta a criticar Luciano Huck e compra de jato com recursos do BNDES

Em entrevista, Angélica, mulher do apresentador, disse que eventual candidatura do marido 'é uma espécie de chamado'

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Por Renato Onofre
Atualização:

BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o apresentador Luciano Huck por uso dos recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) para a compra de um jato particular.

Nome do apresentador Luciano Hucké peça central na articulação de um grupo de políticos, economistas e representantes de movimentos de renovação Foto: Gabriela Biló/Estadão

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Em participação por vídeo conferência no 3º Simpósio Conservador de Ribeirão Preto, Bolsonaro fez referência a um

empréstimo de R$ 17,7 milhões feito por Luciano Huck no BNDES em 2013

, para a compra de uma aeronave particular da Embraer. Os empréstimos eram parte de um programa do banco destinado a financiar investimentos de empresas, chamado Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame) usado para a compra da aeronave.

“Alguém quer um dinheiro do BNDES pagando 4% aí? Ele diz aqui que está viajando o Brasil. Obviamente, viajando o Brasil com o (inaudível) BNDES. Alguém acha que o povo vai votar no pau mandado da Globo, mas não estamos aqui fazendo campanha. É um direito dele”, afirmou Bolsonaro.

O

Estado

 mostrou que o

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nome de Luciano Huck é peça central na articulação de um grupo de políticos

, economistas e representantes de movimentos de renovação para a construção de uma alternativa de centro diante do cenário de polarização da política nacional.

Em entrevista à revista

Marie Claire

, a apresentadora

Angélica

, mulher de Huck, afirmou que uma

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eventual candidatura do marido para a Presidência da República é um “chamado”

. “Não posso dizer que acho muito legal Luciano sair candidato, não seria verdade, mas tem uma hora que você não está mais no controle. É uma espécie de chamado”, disse.

 

Lei de Abuso

Bolsonaro disse ainda neste sábado, 5, que não vai questionar a

derrubada dos vetos da Lei de Abuso de Autoridade

no Supremo Tribunal Federal (STF), pois os poderes da República são independentes. O evento conta com a participação de congressistas, como as deputadas federais Joice Hasselmann (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).

“Eu vetei grande parte da Lei de Abuso de Autoridade. O Parlamento derrubou o veto. Essa lei entra em vigor a partir do ano que vem. Lei é lei. Tem gente questionando agora, via ações de inconstitucionalidade, o STF. Eu não pretendo questionar”, disse.

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Durante a videoconferência, o presidente também negou ter criticado a informação de que o Supremo tentaria validar juridicamente as mensagens do aplicativo Telegram envolvendo integrantes da

Operação Lava Jato

. “Eu não critiquei o STF. Não critico o presidente Dias Toffoli, não critico Rodrigo Maia, não critico Davi Alcolumbre, do Senado. Nós somos poderes independentes. A regra do jogo é essa. O que o Supremo decidir, eu tenho que cumprir. O que o Congresso votar, eu tenho o poder de vetar. Se o Parlamento derrubar o veto, são eles e não se discute mais. Eu não crio atrito.”

 

Pacote anticrime

Bolsonaro também falou sobre a

campanha para divulgar o pacote anticrime

, principal bandeira do ministro da Justiça,

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Sérgio Moro

. Ele afirmou que peças publicitárias podem ser suspensas por conta de uma liminar impetrada pela oposição. “A esquerda empilha você de processo e você tem que responder o tempo todo. Por exemplo, está vindo um processo que está chegando a minha mesa que eu vou ter que suspender com o Sérgio Moro a propaganda da Lei Anticrime. Vamos ver quais são os argumentos, mas chegando a liminar imediatamente vai suspender isso aí”, afirmou o presidente.

A campanha publicitária é uma tentativa de salvar a discussão do pacote na Câmara que resiste a parte das mudanças propostas. Moro tem se reunido com o presidente da Casa, Rodrigo Maia, para discutir a melhor estratégia. Os dois se encontraram na semana passada e a intenção é incluir o projeto na pauta do plenário nas próximas semanas.

Pressionado por Moro no início do ano para acelerar a votação do pacote, Maia chegou a desmerecer o projeto ao dizer se tratar de um “copia e cola” de outra proposta já apresentada na Câmara, formulada com ajuda do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Na semana passada, após a reunião com Moro, o presidente da Câmara voltou a pedir “cautela” com o projeto e disse ser contrário ao trecho que trata do excludente de ilicitude.

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