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Bolsonaro diz que Republicanos também está na 'bolsa de apostas' de novo partido

Segundo afirmou o chefe do Executivo, 'quem sabe essa semana mesmo sai' a decisão sobre sua nova legenda

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Foto do author Eduardo Gayer
Por Eduardo Gayer e Matheus de Souza
Atualização:

Cortejado publicamente por Progressistas e PL, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 1°, que o Republicanos também está na bolsa de apostas para se tornar seu novo partido. “Tem três partidos que me querem, fico muito feliz. São três namoradas, vamos assim dizer. Duas vão ficar chateadas. O PRB (antigo nome do Republicanos), o PL, e o PP, e cada dia um está na frente na bolsa de apostas”, afirmou Bolsonaro a jornalistas após receber título honorário na cidade italiana de Anguillara Vêneta. “Agora, iria para o PL, ontem, iria para o PP”, acrescentou o presidente, em tom de indecisão. 

Muitos parlamentares da base aliada do governo são filiados ao Republicanos, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, do pastor Edir Macedo. Na última quinta-feira, 28, Bolsonaro se reuniu em seu gabinete com o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira. As três siglas citadas hoje por Bolsonaro fazem parte da sua base de apoio.

O presidente Jair Bolsonaro recebeu em 1º de novembro de 2021 o título de cidadão honorário em Anguillara Vêneta, no nordeste da Itália. Foto: Piero CRUCIATTI / AFP

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A menos de um ano para as eleições de 2022, o presidente reconheceu, mais uma vez, que está atrasado para definir sua nova legenda. “Eu tenho que ter um partido. Não pode ficar pra última hora essa questão aí”, afirmou. “Quem sabe essa semana mesmo sai, eu tenho que ver com as outras duas namoradas, não podem ficar muito chateadas comigo. Eu vou casar e vai ser com uma só”, disse, em uma nova promessa de data para o anúncio. 

Na última quarta-feira, 27, Bolsonaro já havia afirmado manter conversas com PP e PL para definir sua filiação. Segundo ele, na mesa de negociações para a definição da próxima legenda está o controle de diretórios regionais e a escolha de candidatos ao Senado.

Pelas contas de Bolsonaro, mais de 30 parlamentares devem acompanhá-lo na filiação ao novo partido. Hoje, parte da tropa de choque do governo na Câmara ainda está no PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu em 2018, mas deixou após desentendimentos com a cúpula. É o caso do filho deputado, Eduardo Bolsonaro (SP), e das deputadas Carla Zambelli (SP) e Bia Kicis (DF)

Além disso, o PSL deve se tornar União Brasil após se fundir com o DEM. O processo aguarda validação da Justiça.

Cidadão honorário

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Mais cedo, sob gritos de apoio e protesto, o presidente Bolsonaro foi recebido na comuna da província de Pádua, no interior da Itália, onde nasceram e viveram os antepassados do chefe do Executivo. Lá, recebeu o título de cidadão honorário.

A prefeita da pequena cidade de 4 mil habitantes, Alessandra Buoso, é a idealizadora da homenagem ao presidente. Anguillara Vêneta é terra natal de um dos bisavôs de Bolsonaro. A outorga à honraria foi aprovada pelo poder legislativo local sob protestos da comunidade e de grupos ligados à causa ambiental.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram que a chegada de Bolsonaro à Villa Arca del Santo, local onde o presidente receberá o título de cidadão honorário, foi tumultuada, com forte presença da imprensa, apoiadores aos gritos de “mito” e seguranças do presidente. Perto dali, numa praça da cidade, centenas de manifestantes contrários ao chefe do Executivo brasileiro usaram faixas de “Fora, Bolsonaro”, cartazes e camisetas com mensagens contrárias ao político brasileiro e à concessão do título honorário.

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