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Bolsonaristas fazem atos presenciais de 1.º de Maio; críticos se manifestam nas redes sociais

Apoiadores do presidente se reúnem em Brasília, São Paulo e Rio com faixas que criticam o STF e sem distanciamento social; nas redes, João Doria e Guilherme Boulos criticam a atuação federal

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO, BRASÍLIA E RIO - Os primeiros atos do 1.º de Maio, Dia do Trabalho, reuniram críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por parte dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, e manifestações em redes sociais de políticos contrários à gestão do governo federal frente à pandemia do novo coronavírus.

Na Avenida Paulista, em São Paulo, apoiadores do presidente se aglomeraram nesta manhã para o ato “Supremo é o povo”, com críticas ao STF, ao governador João Doria (PSDB) e ao fechamento do comércio e outros setores durante as fases mais restritivas da pandemia. Muitos manifestantes estavam sem máscara e o distanciamento social não foi respeitado.

Apoiadores do opresidente Jair Bolsonaro realizam ato em frente ao prédio da FIESP, na AvenidaPaulista, em São Paulo. Foto: Taba Benedicto/Estadão

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"A raiz do mal no nosso País está no Supremo Tribunal Federal. Quem é que amarrou as mãos do presidente?", disse o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) em caminhão de som à tarde. Ele tem atuado como um dos principais influenciadores bolsonaristas nas redes sociais. Jefferson se referiu à decisão do STF que assegurou a Estados e municípios a autonomia para tomar medidas contra a propagação do coronavírus. A decisão, contudo, não exime a União de realizar ações e promover acordos com gestores locais.

Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro sobrevoou de helicóptero uma manifestação que ocupou o gramado em frente ao Congresso Nacional. O público segurava faixas pedindo intervenção militar e gritava “Bolsonaro, eu autorizo”, em referência a uma fala do presidente do dia 14 de abril, em que disse que esperava “um sinal do povo” para agir.

Entre os grupos de extrema direita, a fala do presidente foi interpretada como um pedido de autorização para endurecer a relação com os demais Poderes. Em vídeo publicado hoje pelo canal “Cafezinho com Pimenta” no Youtube, os manifestantes na Esplanada carregam faixas com as frases: “Intervenção militar com Bolsonaro no poder” e “Presidente Bolsonaro acione as Forças Armadas (FFAA)”.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro participam de manifestação no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Foto: Joédson Alves/EFE

No Rio de Janeiro, manifestantes interromperam o trânsito na orla de Copacabana, na zona sul da cidade. Os apoiadores do presidente Bolsonaro se aglomeraram na Avenida Atlântica, à beira da praia, carregando bandeiras do Brasil e faixas de protesto contra o STF. Também executaram o hino nacional e gritaram palavras de apoio ao presidente.

Segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio, a Avenida Atlântica foi interditada nos dois sentidos na altura da Rua Figueiredo de Magalhães, no Posto 5. O protesto provocou congestionamento no bairro.

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Mais cedo, o presidente Bolsonaro aproveitou o tradicional discurso de abertura da feira ExpoZebu 2021 para criticar de forma velada partidos de esquerda e centrais sindicais. "Em anos anteriores, no dia 1.º de maio, o que mais víamos no Brasil eram camisas e bandeiras vermelhas, como se fôssemos um país socialista. Hoje temos prazer e satisfação de vermos bandeiras verde e amarelas, com homens e mulheres que trabalham de verdade e sabem que o bem maior que podemos ter na nossa pátria é a liberdade", afirmou.

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro em ato de 1.º de Maio em São Paulo. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Redes sociais

Ainda pela manhã, políticos críticos ao governo registraram as suas mensagens aos trabalhadores por meio de postagens em redes sociais.

João Doria, governador de São Paulo, afirmou que o dia não é de “celebração”, mas “de solidariedade”. “Me solidarizo com os quase 15 milhões de brasileiros que estão desempregados”, escreveu o político no Twitter. Doria havia chegado a gravar um vídeo para um ato virtual organizado por centrais sindicais, mas o conteúdo foi vetado pela organização do evento.

Guilherme Boulos, que concorreu à Prefeitura de São Paulo nas últimas eleições pelo PSOL, publicou um vídeo em que voltou a defender o impeachment de Jair Bolsonaro, além de listar críticas à gestão do governo federal durante a pandemia do novo coronavírus.

Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão, compartilhou vídeo de evento que ocorreu na manhã deste sábado, em que entregou cartões de auxílio emergencial a catadores de resíduos sólidos.

Boulos e Dino tiveram suas participações confirmadas no ato virtual de 1.º de Maio das centrais sindicais. O evento deve reunir pela primeira vez antigos adversários políticos no mesmo palanque virtual.

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Já o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), parabenizou os trabalhadores também por meio de um tuíte. “Hoje é dia de quem dorme tarde, acorda cedo, de quem faz e bota o Brasil pra frente”, diz a mensagem. / MATHEUS LARA, EDUARDO RODRIGUES, DANIELA AMORIM, MARCIO DOLZAN E BRENDA ZACHARIAS

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