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Veja os destaques da entrevista com João Amoêdo, presidenciável pelo Novo

Candidato à Presidência nas eleições 2018 participou da segunda sabatina da série promovida entre 'Estado' e Faap e falou sobre suas propostas de governo

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Por Redação
Atualização:

A série Estadão-Faap Sabatinas com os Presidenciáveis, que entrevistará os principais postulantes à Presidência nas eleições 2018, recebeu na manhã desta terça-feira, 28, o candidato João Amoêdo, do Partido Novo, que detalhou as principais propostas de sua campanha. Ainda nesta terça-feira, a ex-ministra Marina Silva (Rede), será sabatinada. 

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Durante cerca de duas horas de entrevista, o representante do Novo respondeu perguntas dos jornalistas, da plateia e falou sobre propostas de governo nas áreas de educação, saúde, política externa e economia. O candidato defendeu a privatização de estatais que considerou apenas “estratégicas para políticos”, propôs mudança na condução econômica e admitiu ter votado no ex-presidente Fernando Collor no segundo turno das eleições de 1989 por ser o opositor do PT naquele momento.

Para ver como foi a cobertura ao vivo da sabatina do candidato do Partido Novo, clique aqui.

As principais propostas apresentadas por Amoêdo

Na entrevista, o candidato João Amoêdo defendeu um modelo liberal de gerir o Estado. Para o presidenciável, é necessário simplificar tributos, reorganizar a máquina pública com corte nos cargos comissionados do governo federal e reduzir a participação do Estado em serviços que não são essenciais. 

Amoêdo defendeu medidas como a privatização de estatais brasileiras como a Petrobras e os bancos públicos, cuja venda aumentaria a competição no setor. Ele disse que vai promover uma reforma tributária sem elevação da carga e defendeu que o Estado deve focar nas atividades essenciais e incluiu a saúde e a educação neste rol. 

João Amôedo, do Novo, participa da sabatina Estadão/Faap Foto: Gabriela Biló / Estadão

"Não podemos aumentar impostos. A correção nas contas públicas tem que ser com corte nas despesas. O que queremos é uma simplificação de impostos”, diz. “Hoje, o Estado brasileiro é um grande criador de desigualdades. Ele faz isso quando dá uma educação de péssima qualidade, quando não equilibra suas contas, quando dá desonerações fiscais para grandes grupos econômicos.”

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João Amoêdo disse que, apesar de ter grande patrimônio, isso lhe dá autonomia e flexibilidade para poder ir contra o atual sistema. "Isso me torna mais independente. Uma reforma tributária é necessária. O Brasil tem mais de 80 tributos e impostos. Calcular a carga tributária se tornou um trabalho quase que insano. Isso cria uma insegurança jurídica muito grande. Só o ICMS tem 27 legislação diferentes."

Relação com o Congresso Brasileiro

Amoêdo admite que terá a necessidade de negociar com o Congresso para conseguir aprovar propostas necessárias para reformar o Estado. “A negociação com o Congresso não será fácil, mas é possível. Vou conversar, negociar, não vou sair batendo na mesa. Mas não vou me desviar dos meus princípios e valores", diz João Amoêdo

"Acho que teremos gente boa no Congresso. Esse grupo trabalhará de forma unida. Enquanto temos grupos trabalhando de formas diversas, cada um defende seus próprios interesses. Entendo a preocupação das pessoas porque isso nunca aconteceu ainda. Estamos acostumados com esse governo da coalizão."

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Privatização da Saúde e da Educação e o risco da precarização do serviço

O candidato do Partido Novo foi perguntado sobre a proposta de privatização da Saúde e da Educação que está contemplado, em partes, dentro de seu plano de governo. Amoêdo propõe, por exemplo, dar um vale-educação para que famílias mais pobres consigam colocar filhos em escolas privadas.

Ao ser questionado se isso seria assumir a falência da educação pública, ele respondeu: “A educação tem três grandes problemas. Primeiro, temos prioridade invertida. Colocamos muito mais dinheiro no ensino superior do que no fundamental e no médio. Além disso, 50% dos diretores de escolas públicas são nomeações políticas. E tem o problema dos professores, porque estamos atraindo poucos profissionais.”

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Amoêdo sugeriu ainda a criação de um “vale-educação” para as famílias mais pobres colocarem seus filhos no ensino privado. “Está provado que o Brasil nas escolas públicas fica na posição número 63 e número 35 nas escolas privadas. "Quem tem renda consegue colocar seu filho numa escola privada e dá a ele muito mais oportunidades", afirmou.

Hábitos de candidatos

Perguntado se, durante a passagem pelo Nordeste, por exemplo, iria seguir estereótipos de candidatos que andam de jegue e usam chapéu e roupas tradicionais, como forma de mostrar empatia, o presidenciável do Partido Novo negou. “Soa falso. Não serei falso porque essa não é minha característica. As pessoas cansaram dessa falsidade”, disse.

João Amoêdo em sabatina do Estado e da Faap Foto: Gabriela Biló/Estadão

Eleição de 1989, o voto a Collor e o antipetismo

João Amoêdo, ao ser questionado sobre seu posicionamento político nas eleições anteriores, afirmou que votou no ex-presidente Fernando Collor de Mello nas eleições de 1989. Para justificar, disse: “Sempre votei contra o PT.”

Mulheres e as minorias

O candidato do Partido Novo derrapou ao falar da função do Estado em defesa das minorias. Ao usar como exemplo as mulheres, que representam a maioria da população brasileira, as colocou junto com minorias. “Não gosto de transferir nossa responsabilidade para o Estado. Onde o indivíduo puder atuar, a gente deve fazê-lo. Tem várias condicionantes aí. A própria legislação trabalhista deveria ter uma flexibilidade maior, já que as mulheres têm uma dupla jornada.”

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Porte de armas, aborto e drogas

Amoêdo também defendeu a flexibilização do porte de armas, mas disse que o assunto é mais uma questão de “liberdade pessoal” do que de política de segurança pública, que seria papel do Estado. Ainda sobre temas polêmicos, disse ser contra a legalização do aborto, a não ser em casos já previstos pela legislação atual, e disse que não gostaria de tratar do tema da liberação das drogas nesse momento. “Um colega diz assim: a Suíça resolveu esse problema? Então vamos resolver os problemas que a Suíça já resolveu e depois a gente se preocupa com isso”, comentou.

Criação de partidos

Com exclusividade para o Carrapato Estadão, o candidato João Amoêdo defendeu regras mais simples para criação de partidos. Confira o vídeo abaixo:

Assista abaixo a íntegra da sabatina de João Amoêdo:

Conheça aqui as propostas de todos os candidatos à Presidência nas eleições 2018.

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