‘O governo padece de uma questão de legitimidade’, diz Alckmin
Tucano afirma que não cogita aliança com o MDB: ‘Estamos procurando o apoio de partidos que não têm candidato’
Entrevista com
Geraldo Alckmin
Entrevista com
Geraldo Alckmin
17 Junho 2018 | 03h00
O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência da República nas eleições 2018, disse em entrevista ao Estado e à Rádio Eldorado que não pretende defender o “legado” do presidente Michel Temer caso seja eleito. Alckmin afirmou também que não vai convidar o emedebista para ocupar cargo no governo nem dar indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Não. Acho que ninguém está discutindo legado, estamos discutindo o futuro. O governo atual tem um grande problema, que é a falta de legitimidade porque não teve voto. Na democracia tem que ter voto. A união entre o cidadão e o governo se dá pelo voto, por isso essa dificuldade enorme.
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Não e não.
Não vou cometer a indelicadeza de levantar uma hipótese sendo que o MDB tem candidato, o dr. Henrique Meirelles. Estamos procurando o apoio de partidos que não têm candidato.
Vocês querem saber se vou defender o legado Temer. Nós vamos olhar para o futuro.
Todo mundo critica o presidente Temer. Acho que em muita coisa a crítica é procedente. Mas a gente tem que entender que é um governo de transição. É diferente de um governo eleito. Padece de uma questão de legitimidade.
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Quando começou o governo do presidente Temer eu fui da tese que devíamos apoiar todas as medidas que o Brasil precisa, mas sem participar de governo e ter ministério. Essa não foi a tese majoritária. O Aloysio ajuda o País, mas não representa o PSDB.
Fiquei muito feliz. Quem não gosta de carinho, de afeto. Isso aconteceu em Brasília e aqui em São Paulo também. Para mim a campanha começa mesmo depois das convenções, e não é apenas pela lei, mas pelo interesse maior da população.
A maioria das pessoas que estavam é militante do partido que eu não via há muito tempo e deu para matar a saudade.
Não tem nenhuma irritação, pelo contrário, temos recebido grande apoio do partido. O que se pode fazer é olhar o copo meio cheio, meio vazio. Dos candidatos mais ao centro, que são dez praticamente, eu tenho a melhor posição. Está todo mundo com 1%, no máximo chega a 4% e eu vou de 7% a 11%. Agora, está muito fragmentado. Precisa diminuir o número de pré-candidatos, o que eu acho que vai acontecer lá no final de julho.
Olha, seria indelicado com a Marina especular qualquer aliança na medida em que ela é pré-candidata, já foi candidata a presidente da República e acredito que vá ser candidata. Agora conversar é sempre bom. O presidente Fernando Henrique tem nos ajudado muito, é um homem do diálogo, das pontes.
Não me preocupa muito essa coisa de pesquisa nesse momento. A maioria das pessoas ainda acha que eu sou governador de São Paulo. A informação demora.
Eu gostei desse documento, acho que precisamos estar próximos daqueles que prezam, acreditam na democracia conquistada duras penas. Agora, todos vão abrir mão para um só ser candidato? Acho que não.
Não há nenhuma razão para abrir mão. As pessoas querem decidir a eleição sem ter havido campanha.
Olha, aqui (em São Paulo) nós vamos ganhar a eleição, estou garantindo, e com larga margem. A pesquisa, neste momento, não é de intenção de voto. Mais de 60% das pessoas dizem não ter candidato. E eu não vou fazer campanha contra candidato A, B ou C.
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O que eu falei é que os extremos às vezes se atraem. Se você for verificar os votos, o Bolsonaro, que é deputado pela oitava vez acho, vota igualzinho ao PT. É aquele voto corporativo, atrasado.
O que pretendo é percorrer o Brasil levando uma mensagem de esperança para a população, explicando o que nós já fizemos, porque tem muita gente prometendo mundos e fundos e não entregou nada.
Não, nós vamos levar esperança para o Brasil.
Acho que o PT, independentemente de quem seja, terá um candidato competitivo.
Isso não existe. As minhas campanhas, em primeiro lugar, sempre foram modestas e, segundo, sempre rigorosamente dentro da lei. Faz um ano e meio que ouço isso e até agora não houve nenhum fato. Ninguém está acima da lei, tem denúncia, por mais estapafúrdia que existe, investigue-se. Já prestei esclarecimento.
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