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"Trouxe elementos materiais e prova sobre vazamento, mas depoimento está sob sigilo", diz Marinho

Após passar quase seis horas na Superintendência da Polícia Federal, o empresário e pré-candidato a prefeito do Rio disse ainda que mencionou aos investigadores um celular com informações, mantido nos Estados Unidos pelo ex-ministro Gustavo Bebianno

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Por Vinicius Neder/RIO
Atualização:

O empresário Paulo Marinho, pré-candidato pelo PSDB a prefeito do Rio, afirmou há pouco que trouxe "novos elementos" sobre o suposto vazamento de uma operação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) em outubro de 2018, durante depoimento prestado na capital fluminense. Após passar quase seis horas na Superintendência da PF, Marinho disse ainda que foi mencionado no depoimento o fato de o ex-ministro Gustavo Bebianno - que foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro logo no início do governo e faleceu de enfarte em março passado - manter nos Estados Unidos um celular que teria informações.

Foi o terceiro depoimento de Marinho, que trabalhou na campanha que elegeu o presidente Jair Bolsonaro e é suplente de Flávio Bolsonaro no Senado, desde que revelou o suposto vazamento, em entrevista à Folha no último dia 17.

Paulo Marinho, na Polícia Federal. Foto: Wilton Júnior / Estadão

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O depoimento de hoje foi no âmbito do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República, após as acusações, por parte do ex-ministro Sérgio Moro, de que o presidente teria tentado interferir no trabalho da PF.

"Trouxe novos elementos para esse depoimento, que foram juntados aos autos do processo. Estão com os delegados. Tenho de trazer agora, no dia 28, o meu telefone (celular) para que seja periciado", afirmou Marinho, alegando que não poderia dar detalhes porque foi decretado sigilo sobre o depoimento.

Questionado, o empresário disse apenas que os novos elementos incluem "materiais de prova", com mais detalhes sobre o mesmo episódio narrado na entrevista à Folha. Segundo Marinho, o depoimento de hoje foi mais amplo e com mais detalhes do que os outros dois, por causa do "interesse" dos delegados da PF. "Trouxe elementos que já tinham sido colocados em outras ocasiões que foram tratadas de forma mais ampla", disse.

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O pré-candidato pelo PSDB também evitou comentar as declarações do advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef, que mais cedo relacionou as revelações de Marinho com investigações de corrupção no governo do Estado do Rio.

"Para mim, este episódio se encerra hoje. Não tenho mais nada a acrescentar na narrativa. É uma página virada. Não tenho inimigos, não trabalho com gabinete do ódio", afirmou o empresário, ressaltando que mantém o projeto político de se lançar candidato a prefeito no fim do ano.

 

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