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Acusações de Marinho, mesmo que comprovadas, não trariam consequências aos Bolsonaro, diz advogado de Flávio

Frederick Wassef, que também representa o presidente Jair Bolsonaro, considera que eventual desvio de conduta de delegado ‘não vai ensejar nada mais do que um procedimento administrativo da própria corregedoria da Polícia Federal’

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Por Fausto Macedo , Pepita Ortega , Rayssa Motta e Paulo Roberto Netto
Atualização:

 

A defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), rebateu as denúncias do empresário e pré-candidato à Prefeitura do Rio pelo PSDB, Paulo Marinho, de que o filho mais velho do presidente teria recebido vazamento da Polícia Federal (PF) sobre investigações envolvendo seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio, Fabrício Queiroz.

OUÇA O ADVOGADO DE FLAVIO BOLSONARO:

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De acordo com o relato de Marinho ao jornal Folha de S.Paulo, um delegado federal teria procurado o então deputado estadual Flávio Bolsonaro em outubro de 2018, pouco após o primeiro turno das eleições daquele ano, para recomendar que o funcionário fosse demitido. No dia 15 do mesmo mês, foram exonerados tanto Queiroz quanto a filha dele, Nathalia Queiroz, lotada no gabinete de Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados.

Na entrevista, Marinho, que é suplente de Flávio Bolsonaro, afirmou também que a operação decorrente das investigações vazadas teria sido adiada para não prejudicar o segundo turno da campanha do então candidato Jair Bolsonaro à Presidência da República. 

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Procurado pelo blog na tarde desta segunda-feira, 18, Frederick Wassef, advogado que defende Flávio no caso Queiroz, reforçou que nenhum membro da família Bolsonaro solicitou postergação ou teve ingerência em qualquer investigação movida pela PF. 

Wassef fez ainda um exercício hipotético. Para ele, caso fossem comprovados vazamento de informações e motivação política por trás das datas estabelecidas pelos investigadores para deflagrar a operação, esses fatos não implicariam em 'nada mais do que um procedimento administrativo da própria corregedoria da Polícia Federal para apurar as condutas praticadas pelo referido delegado federal'. "Portanto, no máximo e no pior dos cenários, objeto de apuração dessa história teria como único participante, como único alvo e objeto, o delegado federal", defendeu o advogado.

Leia abaixo a manifestação completa da defesa do senador Flávio Bolsonaro.

COM A PALAVRA,  A DEFESA DE FLAVIO BOLSONARO 

"Hipoteticamente admitindo que venha a ser verdade o que afirma o empresário Paulo Marinho, de que eventualmente um delegado da Polícia Federal tivesse, no passado, dado uma velocidade diferente nas investigações, postergando para um mês para frente, caso fosse verdade, caso fosse comprovado isso, o que já está claro que não é verdade, até porque o próprio Judiciário e o Ministério Público Federal, parece que já tem matéria na imprensa hoje, dizendo que foi uma decisão colegiada de todos. Eu vi matéria nesse sentido. Mas, só a título de fazer uma reflexão hipotética. Caso fosse comprovado isso, nada tem a ver com Jair Bolsonaro ou com Flávio Bolsonaro. Primeiro lugar, se isso tivesse ocorrido, foi um ato unilateral, por vontade própria do delegado federal, que assim decidiu agir, por seu interesse e vontade, porque quis fazer dessa forma, sozinho, sem conhecimento, ou autorização ou participação nem de Flávio e nem de Jair Bolsonaro. Ou seja, nenhum membro da família Bolsonaro participou, teve ingerência, quis, pediu, solicitou nada, nem na esfera psicológica, emocional, espiritual, nem prática, ninguém jamais faz ou quis ou praticou qualquer ato no sentido de solicitar tal postergação de investigação. Até porque eles nem sabiam disso. Bom, então, hipoteticamente, caso tenha ocorrido isso, a minha mensagem é que no máximo isso seria algo que, caso comprovado no futuro, não vai ensejar nada mais do que um procedimento administrativo da própria corregedoria da Polícia Federal para apurar as condutas praticadas pelo referido delegado federal. Portanto, no máximo e no pior dos cenários, objeto de apuração dessa história teria como único participante, como único alvo e objeto, o delegado federal. E, para completar, à época dos fatos Jair Bolsonaro não era Presidente da República. Estamos falando de muito tempo atrás, outro espaço e tempo, quando ele não era presidente e, portanto, jamais poderia ele, na pessoa física ou na instituição Presidência da República, ter interferido ou requerido qualquer favor junto à qualquer autoridade da Polícia Federal. Portanto, não procede essa história" 

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