O ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, sobrevoou nesta segunda, 24, Fortaleza, palco de motins de policiais militares desde o dia 18. O ministro da Defesa Fernando Azevedo e o advogado-geral da União André Mendonça também estão na capital do Ceará para acompanhar a Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em curso por determinação do presidente Jair Bolsonaro. O Estado recebeu nesta semana 300 agentes da Força Nacional e de 2.500 do Exército para reforçar a segurança.
Depois do sobrevoo a Fortaleza, Moro declarou: "Nosso trabalho é exclusivamente garantir proteção da população diante dessa paralisação. O envio (das forças federais) é para garantir a tranquilidade e a segurança da população."
O ministro disse: "Viemos aqui para serenar os ânimos e não para acirrá-los. O governo federal veio aqui para substituir essa ausência dos policiais. Serenar é importante."
Ele sugeriu. "Temos que colocar a cabeça no lugar, ver o que é necessário daqui em diante para solucionar essa crise, os policiais poderem voltar a realizar o seu trabalho sem que nesse lapso a população fique desprotegida."
Moro enfatizou. "Os policiais, no país inteiro, são profissionais dedicados que arriscam, muitas vezes, sua vida. São profissionais que devem ser valorizados."
Os ministros se reuniram com o governador Camilo Santana (PT) para debater ações para garantir a segurança da população.
Em seu Twitter, Moro havia anunciado a presença na capital cearense apontando: "É tempo de superar a crise e serenar os ânimos. Servir e proteger acima de tudo".
O movimento paredista no Ceará teve início por falta de acordo dos PMs com o governo do Estado quanto à reestruturação salarial. A proposta de reajuste anunciada pelo governo do Ceará no dia 13 de fevereiro estabelecia aumento o salário de um soldado da PM dos atuais R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil em reajustes progressivos até 2022. A proposição foi comemorada por parte da categoria como conquista, mas um grupo permaneceu insatisfeito.
Os envios dos agentes da Força Nacional e do Exército foram determinados, respectivamente, pelo ministro Moro e pelo presidente Jair Bolsonaro a pedido de Camilo Santana, após o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) ter sido baleado em Sobral, interior do Estado, quando tentou furar um bloqueio de amotinados a bordo de uma retroescavadeira.
No sábado, 22, o governo do Estado publicou uma relação de 60 policiais militares suspensos das funções por envolvimento na rebelião da Polícia Militar.