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Após tumulto com PM, Bolsonaro autoriza envio de tropas das Forças Armadas a Fortaleza

Presidente defendeu aprovação do excludente de ilicitude para dar "retaguarda jurídica" aos militares das Forças Armadas na missão

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Por Julia Lindner
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro autorizou o emprego das Forças Armadas no Ceará, que enfrenta uma paralisação de policiais desde a terça-feira, 18. Com isso, tropas do Exército poderão reforçar a segurança nas cidades. Na Região Metropolitana de Fortaleza houve registros de depredação de viaturas e ocupação de prédios. A instituição da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Estado foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta quinta-feira.

 

O presidente Jair Bolsonaro, durante entrevista em frente ao Palácio da Alvorada Foto: Gabriela Bilo/Estadão

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Acabei de assinar a GLO para Fortaleza. O governador (Camilo Santana) preencheu os requisitos", disse Bolsonaro a jornalistas ao chegar no Palácio da Alvorada. O período autorizado é de sexta-feira, 21, até o dia 28 de fevereiro. O Comando Militar do Nordeste será o responsável pela operação.

Nesta quinta-feira, cerca de 300 homens da Força Nacional de Segurança já foram enviados ao Estado, após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, atender ao pedido feito por Camilo.

O presidente ainda afirmou que o governo precisa do Congresso para aprovar o chamado excludente de ilicitude, que foi retirado do pacote anticrime enviado por Moro. Bolsonaro disse que a medida poderia dar amparo aos militares que irão atuar no Ceará durante operações de GLO. 

"Deixo bem claro uma coisa, a gente precisa do Parlamento para que seja aprovado o excludente de ilicitude. Minha consciência fica pesada nesse momento porque tem muito jovem de 20 anos de idade que está na missão (da GLO). É uma missão que se aproxima a uma de guerra", disse o presidente.

"Depois, caso tenha qualquer problema, pode ser julgado por lei de paz. Então, nós temos que dar garantida jurídica, retaguarda jurídica a esses militares das Forças Armadas que estão nessa missão. É irresponsabilidade nós continuarmos fazendo essa operação sem dar essa garantia aos integrantes das Forças Armadas", declarou Bolsonaro.

Sobre o episódio envolvendo o senador Cid Gomes (PDT-CE) - que foi baleado ontem após tentar invadir quartel tomado por policiais amotinados -, o presidente disse que "imagens valem mais do que milhões de palavras".

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Na tarde de quarta-feira, Cid fez discurso chamando parte dos policiais de "bandidos" e, em seguida, dirigiu-se ao quartel do 3º BPM. Ele avisou aos policiais que teriam cinco minutos para sair, derrubou o portão do quartel com uma retroescavadeira, sendo baleado em seguida.

Cid Gomes foi levado ao Hospital do Coração de Sobral, onde passou por cirurgia.Ele não corre risco de morte.

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