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Moro cita ministros como testemunhas de falas de Bolsonaro

Em seu longo depoimento de oito horas na sede da PF em Curitiba, ex-juiz da Lava Jato mencionou colegas do governo que estiveram presentes em reuniões e que poderiam confirmar declarações do presidente em encontros

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Por Fausto Macedo e Paulo Roberto Netto
Atualização:

Ministros da gestão Jair Bolsonaro foram citados pelo ex-ministro Sérgio Moro em depoimento de mais de oito horas na sede da Polícia Federal em Curitiba. O ex-juiz da Lava Jato mencionou os colegas do governo que participaram de reuniões em que ele esteve presente junto do presidente, sem implicá-los em situações ilegais.

O motivo da citação seria listá-los como eventuais testemunhas de falas ditas por Bolsonaro durante os encontros. Na oitiva, Moro reforçou suas acusações contra o presidente de tentativa de interferência política no comando da Polícia Federal.

 

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Enquanto Moro apresentava seu depoimento, peritos da Polícia Federal extraíram do celular do ex-ministro mensagens trocadas com Bolsonaro, incluindo as que foram deletadas para aumentar o espaço de armazenamento do aparelho. Uma varredura completa foi realizada e localizou até áudios enviados por aplicativos de mensagem. Os peritos também copiaram mensagens trocadas entre Moro e a deputada Carla Zambelli.

O próximo passo é a elaboração de um laudo no Instituto Nacional de Criminalística sobre as conversas e os áudios.

Moro desmentiu acusações de apoiadores e militantes bolsonaristas de que gravou o presidente por mais de um ano. Perante a Polícia Federal, disse que isso é 'absolutamente mentira' e que jamais gravou diálogos com Bolsonaro.

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Conversas. Moro prestou depoimento de mais de oito horas na sede da PF no inquérito que investiga suas acusações de tentativas de interferência política de Bolsonaro na chefia da corporação. O Planalto se preocupa com o andamento de inquéritos que apuram esquemas de divulgação de 'fake news' e financiamento de atos antidemocráticos realizados em abril, em Brasília.

 

Uma das conversas obtidas pela perícia foi a divulgada por Sérgio Moro na qual Bolsonaro o encaminha uma notícia sobre inquérito do Supremo Tribunal Federal mirar aliados políticos do Planalto. "Mais um motivo para a troca", disse o presidente.

O ex-juiz também exibiu conversa com Zambelli, em que ela pede para Moro aceitar uma vaga do STF em troca da mudança na chefia da PF. "Vá em setembro para o STF. Eu me comprometo a ajudar. A fazer o JB (Jair Bolsonaro) prometer". Moro respondeu que 'não estava a venda'.

 
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