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'Democracia e liberdades caminham juntas', diz Moro após agressões de bolsonaristas à equipe do Estadão

Ex-ministro comentou ataques desferidos por grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contra a imprensa durante cobertura de manifestação neste domingo, 3, em Brasília; profissionais do 'Estado' foram agredidos enquanto trabalhavam

Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ministro Sergio Moro afirmou neste domingo, 3, que a 'democracia e liberdades', como a de expressão e de imprensa, 'caminham juntos e não separados'. O ex-ministro comentou ataques desferidos por grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro contra profissionais da imprensa durante cobertura de manifestação neste domingo, 3, em Brasília. Profissionais do grupo Estado foram agredidos com chutes, murros e empurrões enquanto trabalhavam.

"Democracia, liberdades - inclusive de expressão e de imprensa - Estado de Direito, integridade e tolerância caminham juntos e não separados", escreveu Moro.

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Mais cedo, os ministros Alexandre de Moraes e Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, também repudiaram o caso, afirmando que agressões contra a imprensa não devem ser toleradas e ferem a democracia.

Durante a cobertura da manifestação, o fotógrafo do Estado Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente à rampa do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios, quando foi agredido. Sampaio usava uma pequena escada para fazer o registro das imagens quando foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros.

O motorista do jornal, Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem, também foi agredido fisicamente com uma rasteira. Os dois profissionais procuraram o apoio da Polícia Militar e deixaram o local escoltados pelos policiais. Ambos passam bem.

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O ex-ministro Sérgio Moro anuncia seu pedido de demissão. Foto: Evaristo Sá / AFP

O repórter da Folha de S.Paulo Fabio Pupo também foi empurrado ao tentar defender Sampaio. Os repórteres do Estado Júlia Lindner e André Borges, que também acompanham a manifestação para o Estado, foram insultados, mas sem agressões.

Hoje é o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa.

A diretoria e os jornalistas do Estadão afirmaram, em nota, que repudiam veementemente as agressões aos profissionais do jornal neste domingo, 3, em Brasília. "Trata-se de uma agressão covarde contra o jornal, a imprensa e a democracia. A violência, mesmo vinda da copa e dos porões do poder, nunca nos intimidou. Apenas nos incentiva a prosseguir com as denúncias dos atos de um governo que, eleito em processo democrático , menos de um ano e meio depois dá todos os sinais de que se desvia para o arbítrio e a violência", diz a nota. (Leia a nota completa aqui).

Em nota, a Associação Nacional de Jornais condenou 'veementemente' as agressões contra jornalistas e o motorista do grupo Estado.

"A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condena veementemente as agressões sofridas por jornalistas e pelo motorista do jornal O Estado de S.Paulo quando cobriam os atos realizados neste domingo, 3, em Brasília. Além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados".

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Juízes e procuradores. Associações de juízes e procuradores divulgaram notas repudiando os ataques de bolsonaristas a jornalistas neste domingo. A Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) afirmou que 'mais do que nunca é importante valorizar a liberdade de imprensa'. A entidade classificou as agressões à equipe de profissionais do Estado como 'inaceitáveis'. "Quem assim age, sob qualquer pretexto, atenta diretamente contra a democracia e as liberdades fundamentais", afirma Fábio George Cruz da Nobrega, presidente da ANPR.

A Associação Nacional dos Juízes Federal classificou o caso como 'agressão covarde' que 'causa perplexidade e indignação' e destacou que as atitudes devem ser punidas 'dentro do rigor da lei'.

"A liberdade de expressão já havia sido atacada recentemente, quando profissionais de saúde sofreram agressões verbais durante uma manifestação pacífica. Atitudes absurdas como essas, devem ser repudiadas com veemência e os responsáveis identificados e punidos dentro de todo o rigor da lei", afirma a entidade.

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