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Agressões contra jornalistas não podem ser toleradas, afirma Alexandre

Ministro do Supremo Tribunal Federal afirma que ataques contra a imprensa 'devem ser repudiados' e ferem a democracia; profissionais do 'Estado' foram agredidos durante cobertura de apoiadores do governo em Brasília

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Por Paulo Roberto Netto
Atualização:

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que agressões contra jornalistas não podem ser ser toleradas pelas instituições e pela sociedade. O ministro foi às redes sociais após grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro atacar profissionais da imprensa durante cobertura do ato neste domingo, 3, em Brasília. Profissionais do grupo Estado foram agredidos com chutes, murros e empurrões enquanto trabalhavam.

"As agressões contra jornalistas devem ser repudiadas pela covardia do ato e pelo ferimento à Democracia e ao Estado de Direito, não podendo ser toleradas pelas Instituições e pela Sociedade", afirmou Alexandre de Moraes.

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Durante a cobertura da manifestação, o fotógrafo do Estado Dida Sampaio registrava imagens do presidente em frente à rampa do Palácio do Planalto, na Esplanada dos Ministérios, quando foi agredido. Sampaio usava uma pequena escada para fazer o registro das imagens quando foi empurrado duas vezes por manifestantes, que desferiram chutes e murros.

O motorista do jornal, Marcos Pereira, que apoiava a equipe de reportagem, também foi agredido fisicamente com uma rasteira. Os dois profissionais procuraram o apoio da Polícia Militar e deixaram o local escoltados pelos policiais. Ambos passam bem.

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Dida Sampaio, fotógrafo do 'Estado' é empurrado por um dos manifestantes da escada que usava para registrar as imagens do presidente Jair Bolsonaro. Foto: Ueslei Marcelino / Reuters

O repórter da Folha de S.Paulo Fabio Pupo também foi empurrado ao tentar defender Sampaio. Os repórteres do Estado Júlia Lindner e André Borges, que também acompanham a manifestação para o Estado, foram insultados, mas sem agressões.

Hoje é o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa.

O ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo, também repudiou as agressões, afirmando que 'mais que nunca' se precisa de jornalismo profissional de qualidade.

"Dia da liberdade de imprensa. Mais que nunca precisamos de jornalismo profissional de qualidade, com informações devidamente checadas, em busca da verdade possível, ainda que plural. Assim se combate o ódio, a mentira e a intolerância", escreveu o ministro.

A diretoria e os jornalistas do Estadão afirmaram, em nota, que repudiam veementemente as agressões aos profissionais do jornal neste domingo, 3, em Brasília. "Trata-se de uma agressão covarde contra o jornal, a imprensa e a democracia. A violência, mesmo vinda da copa e dos porões do poder, nunca nos intimidou. Apenas nos incentiva a prosseguir com as denúncias dos atos de um governo que, eleito em processo democrático , menos de um ano e meio depois dá todos os sinais de que se desvia para o arbítrio e a violência", diz a nota. (Leia a nota completa aqui).

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Em nota, a Associação Nacional de Jornais condenou 'veementemente' as agressões contra jornalistas e o motorista do grupo Estado.

"A Associação Nacional de Jornais (ANJ) condena veementemente as agressões sofridas por jornalistas e pelo motorista do jornal O Estado de S.Paulo quando cobriam os atos realizados neste domingo, 3, em Brasília. Além de atentarem de maneira covarde contra a integridade física daqueles que exerciam sua atividade profissional, os agressores atacaram frontalmente a própria liberdade de imprensa. Atentar contra o livre exercício da atividade jornalística é ferir também o direito dos cidadãos de serem livremente informados.

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