PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Notícias e artigos do mundo do Direito: a rotina da Polícia, Ministério Público e Tribunais

Após STJ confirmar afastamento de Witzel, governador em exercício diz que conduzirá Rio 'com serenidade'

Em nota, o vice e atual governador em exercício Cláudio Castro (PSC) desejou 'que Witzel tenha todo direito de defesa plenamente garantido'

Por Fábio Grellet/RIO
Atualização:

Após a decisão da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de confirmar o afastamento do governador do Estado do Rio, Wilson Witzel (PSC), o vice e atual governador em exercício, Cláudio Castro, do mesmo partido, divulgou na noite desta quarta-feira (2) nota em que 'reafirma o seu compromisso de conduzir o Estado do Rio de Janeiro com serenidade, diálogo e austeridade'.

PUBLICIDADE

Ainda segundo a nota, Castro deseja 'que Witzel tenha todo direito de defesa plenamente garantido'.

O vice de Witzel explicitou aproximação com a família Bolsonaro, adversários políticos do governador afastado, nesta semana após receber telefonema do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). A conversa tratou do Regime de Recuperação Fiscal, que precisa ser renovado esta semana para garantir o funcionamento da máquina do Estado.

O Planalto tem interesse em aumentar sua influência no Palácio Guanabara pois até dezembro caberá a Cláudio Castro escolher o novo chefe do Ministério Público fluminense, responsável pelas investigações sobre suposto esquema de 'rachadinha' envolvendo Flávio Bolsonaro. Até agora, o MP tem se mostrado alheio a esse tipo de interferência política. O atual chefe da Promotoria, Eduardo Gussem, é tido como um chefe que dá autonomia aos diferentes grupos de promotores.

Publicidade

Cláudio Castro, governador em exercício do Rio Foto: Dida Sampaio/Estadão - 29/5/2019

A Constituição do Rio estabelece que o procurador-geral de Justiça, obrigatoriamente, deve ser escolhido pelo governador a partir de lista tríplice formada por eleição por voto secreto entre os membros do Ministério Público com mais de dois anos de carreira. Tradicionalmente, o nome mais votado tem sido o escolhido.

As conversas entre o governo fluminense e o Planalto haviam cessado desde que Witzel e o presidente Jair Bolsonaro passaram a brigar publicamente, há pouco menos de um ano. O motivo foi a pretensão de Witzel ser candidato a presidente em 2022. Nesta segunda, no Twitter, Castro anunciou a reaproximação.

"Recebi agora há pouco uma ligação do senador Flávio Bolsonaro, que se colocou à disposição para ajudar o Estado na renovação do Regime de Recuperação Fiscal. Diálogo! Todos pelo Rio!", escreveu.

Na terça, 1º, em entrevista à rede CNN Brasil, Witzel minimizou a aproximação do vice afirmando que ele estaria 'fazendo o trabalho dele'.

"O vice-governador está fazendo o papel dele. Eu sempre estive à disposição do governo federal, nunca fechei as portas, nunca fechei o diálogo a quem quer que fosse", afirmou. Witzel também afirmou que não tinha a intenção de disputar a presidência da República contra Bolsonaro em 2022. "Meu objetivo era seguir junto e formarmos uma nova liderança política no País".

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.