Uma notícia sobre denúncia do Ministério Público Federal contra o empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, circula desatualizado nas redes sociais. A mensagem é republicação de um texto de 2004 da procuradoria e omite o fato de que o processo foi arquivado há mais de 10 anos.
A mensagem copiada do Ministério Público informa que Hang e outras treze pessoas, incluindo servidores da Receita Federal, foram denunciados por diversos crimes, como facilitação de descaminho, descaminho, falsificação, crime contra o sistema financeiro e ordem tributária, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A denúncia é verdadeira e foi apresentada pelo procurador da República João Marques Brandão Neto. Ele acusou Hang de simular vendas, falsificar notas fiscais e elaborar contratos que não correspondiam à realidade.
No entanto, em julho de 2008 a denúncia foi considerada "inepta" pela 1ª Vara Federal de Itajaí, que anulou a ação penal. Essa atualização consta no texto oficial do Ministério Público, mas não é informada na republicação que circula nas redes sociais.
Em nota, os representantes jurídicos do empresário Luciano Hang e das lojas Havan confirmaram que a denúncia não foi aceita. "Não houve qualquer processualização, vez que em despacho o magistrado consignou carências e inaptidões no que propunham", afirmam. Segundo a nota, providências jurídicas contra a circulação do texto antigo foram tomadas, "as quais encontram-se em trâmite desde a primeira quinzena de abril/2019".
A republicação de textos antigos fora de contexto ou com omissões sobre desdobramentos são comuns em processos jurídicos de personalidades. O Estadão Verifica checou situação semelhante com a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Este conteúdo foi selecionado a partir da parceria do Estadão com o Facebook.