Vídeo de plantão da TV Globo sobre rejeição de candidatura de Lula é de 2018, não de 2022

Mensagens no WhatsApp resgatam vídeo em que Renata Lo Prete anuncia decisão do TSE de barrar registro do petista com base na Lei Ficha Limpa

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Por Camila Santos
Atualização:

Circula sem data no WhatsApp o vídeo do plantão da TV Globo que, em 2018, informou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia formado maioria para rejeitar o registro da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República. A transmissão foi ao ar no dia 31 de agosto daquele ano. O vídeo voltou a ser compartilhado na manhã desta sexta-feira, 2, como se fosse recente e tivesse relação com as eleições 2022.

Leitores pediram a checagem por WhatsApp, (11) 97683-7490.

 

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Na transmissão, a apresentadora do Jornal da Globo, Renata Lo Prete, anuncia a decisão do TSE de barrar o registro da candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Lula, em 2018. Na época, o Tribunal entendeu que o petista estava enquadrado na Lei da Ficha Limpa. Ele havia sido condenado em 24 de janeiro daquele ano na Operação Lava Jato, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em 7 de abril de 2018, foi preso; mesmo assim, o PT decidiu registrar a candidatura do ex-presidente em 15 de agosto. O TSE negou o registro por 6 votos a 1.

Desde então, Lula teve as condenações anuladas. No dia oito de março de 2021, o ministro Edson Fachin, da Suprema Corte, determinou a anulação de todas as condenações de Lula relacionadas à Operação Lava Jato e que tramitaram na 13ª Vara Federal de Curitiba. Diante disso, o ex-presidente voltou a ser elegível. Lula já estava solto desde 8 de novembro de 2019; ele foi beneficiado por uma decisão do Supremo que declarou inconstitucional a prisão em segunda instância.

Durante o plantão, Renata Lo Prete afirma que "acaba de votar o ministro Admar Gonzaga. Com o voto dele contra o registro da candidatura do ex-presidente, a maioria do TSE votou para excluir Lula das eleições deste ano". Esta é mais uma evidência de que o vídeo é antigo: Admar não faz parte do tribunal desde 2019, ou seja, não poderia ser  citado em uma votação realizada em 2022.

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