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Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Mesmo com troca no comando, força-tarefa de Curitiba ainda vê futuro incerto

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Por Marianna Holanda e Mariana Haubert
Atualização:

Deltan Dallagnol. Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO

Mesmo com a troca no comando da força-tarefa da Lava Jato por um nome considerado mais discreto e palatável aos críticos (sai Deltan Dallagnol, entra Alessandro Fernandes Oliveira), a força-tarefa de Curitiba ainda avalia que o futuro da operação é incerto. Uma decisão liminar do Conselho Superior do MPF acabou prorrogando por mais um ano a estrutura da Lava Jato, mas procuradores de Curitiba, apesar de terem celebrado, viram com ceticismo a decisão - afinal, a prerrogativa de renovação é do procurador-geral, Augusto Aras.

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Tic-tac. A conselheira Maria Caetana Cintra dos Santos concedeu a liminar nesta terça-feira, 1, mas o submeteu o tema para ser referendado no Conselho. Para procuradores de Curitiba, o PGR deve replicar o que tem feito com outras operações, como a Greenfield ou a Lava Jato de São Paulo: renova por período curto e com estrutura bem menor (menos procuradores exclusivos).

Taokey? Aliás, se Aras decidir prorrogá-la na íntegra, passa o recibo de que o problema era mesmo com Deltan Dallagnol, dizem interlocutores do procurador.

Lenta, gradual e segura. À Coluna, o novo coordenador da força-tarefa de Curitiba diz que: "Não há qualquer pretensão de mudança drástica. A gente faz mudanças no processo natural de discussão e auto-reflexão interno, e isso ocorreria independente de quem estivesse na coordenação".

Copo meio vazio. Conselheiros do CNMP críticos ao lavajatismo comemoraram a saída dele da força-tarefa: "dia histórico". Acreditam na tese de que, pressionado pelo placar negativo na última sessão, decidiu sair com sobrevida.

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Copo meio cheio. Um aliado de Dallagnol avalia que, de fato, ele saiu por cima. E melhor: o polêmico pedido de remoção perde o objeto e a pressão no caso de atuação político-partidária, que será redistribuido para Gilmar Mendes no STF, perde força, avalia.

Balde... A saída de procurador do comando da força-tarefa foi vista por analistas políticos como uma pedra no caminho das pretensões eleitorais dos chamados "lavajatistas", inclusive do próprio Deltan e de Sérgio Moro.

...de água fria. Assim, a principal vertente política que poderia fazer sombra aos bolsonaristas se enfraquece às vésperas das eleições municipais. Para 2022, o cenário pode ser ainda pior caso a operação perca fôlego político.

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