PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores da política e da economia, com Julia Lindner e Gustavo Côrtes

Manifestantes pró e contra Bolsonaro disputam na Justiça o uso da Av. Paulista no Sete de Setembro

Por Matheus Lara
Atualização:

A convocação de manifestações a favor e contra o presidente Jair Bolsonaro para o mesmo dia e local em São Paulo vai levar a preparação para o Sete de Setembro à Justiça. A data tem sido aguardada com grande expectativa por apoiadores do presidente e é reivindicada por opositores.

PUBLICIDADE

Grupos antibolsonaristas, como Acredito, Povo Sem Medo, Central de Movimentos Populares (CMP), sindicatos e partidos de esquerda, entrarão com uma ação no Ministério Público para contestar e tentar impedir a realização do ato de apoiadores do presidente no Dia da Independência. A depender da decisão da Justiça, quem passaria a ter a permissão para ir à Avenida Paulista seriam justamente os opositores do presidente.

Manifestação de bolsonaristas no dia 1º de agosto. Foto: Taba Benedicto/Estadão

Organizadores do "Fora, Bolsonaro" alegam ser a vez deles no "rodízio" de atos marcados para a mesma data acertado com a Polícia Militar. A alternância acontece para cumprir decisão judicial que proíbe a realização de protestos antagônicos no mesmo dia. A regra que vale não é a de quem marcou o ato primeiro. Desde junho de 2020, o direito de ir às ruas está garantido ao grupo que não tenha se manifestado na última data com conflito de agendas.

Versões

Os grupos contrários ao presidente dizem ter cedido aos bolsonaristas no dia 1° de Maio, a última data em que afirmam ter tido conflito de agendas antes deste Sete de setembro. Eles acusam a Polícia Militar de descumprir o acordo do rodízio.

Publicidade

Em ata da reunião entre o 11º Batalhão de Polícia Militar Metropolitano e organizadores do ato na segunda, 16 de agosto, está registrado que a PM afirmou ter havido conflito de agendas também no dia 24 de julho e que naquela data a preferência teria sido dada aos grupos associados à esquerda. Deste modo, quem poderia ir às ruas em Sete de setembro seriam os bolsonaristas. À Coluna, a PM reafirmou esta versão (veja a íntegra da nota no fim do texto).

Porém, de acordo com Marco Martins, liderança estadual do Acredito em São Paulo, e Raimundo Bonfim, da CMP, não houve disputa pelo espaço em 24 de julho.

A Coluna não localizou convocação de atos da direita bolsonarista para 24 de julho. De acordo com a ata da reunião desta segunda, a polícia informou ter registrado um protocolo de sete dias antes a respeito de um ato de cunho religioso. Segundo Martins e Raimundo, teria sido um ato informado por um indivíduo, não um protesto organizado.

"É uma manobra para tirar a gente da rua. É o golpe para o ato do golpe", diz Martins. "Não vamos desistir sem lutar. Nos próximos dias, vamos ao MP e vamos manter nosso ato contra o golpe até a última instância".

Publicidade

Convocação

PUBLICIDADE

Opositores do governo começaram a convocar publicamente sua militância em 30 de julho. Bolsonaristas falam em ir à Paulista no Dia da Independência desde 3 de agosto, puxados por influenciadores como a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e Tomé Abduch, porta-voz do Nas Ruas. O movimento pretende levar a pauta do "voto eletrônico auditavel com contagem pública de votos" à manifestação.

"O NasRuas seguirá orientações da Polícia Militar", diz Abduch. "Nossa pauta para a manifestação não é ideológica. Queremos mais segurança para que a população tenha a certeza que seu voto foi para candidato escolhido.

Carla afirmou que o ato agendado pela direita será pela "liberdade" e para reafirmar a independência do Brasil. "O NasRuas tem um papel histórico pois há 10 anos realiza o ato na Paulista no dia Sete de setembro", disse sobre o movimento que fundou em 2011 e do qual se desligou em 2018.

 

Publicidade

?ref_src=twsrc%5Etfw">August 16, 2021

Nota da Polícia Militar sobre os pedidos de informação da Coluna do Estadão sobre o tema:

A decisão da 14ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), estabeleceu em junho de 2020, a proibição da realização de atos de grupos antagônicos no mesmo local e data - Avenida Paulista, com a alternância das manifestações em ocasiões subsequentes. A última manifestação no local foi em 24 de julho do grupo em questão. Respeitando o revezamento previsto na referida decisão, a próxima, em 7 de setembro, caberá ao outro grupo. As forças de segurança continuarão garantindo os direitos de todos, conforme determina a legislação vigente.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.