PUBLICIDADE

Ex-procurador anuncia novo pedido de impeachment contra Gilmar Mendes

Cláudio Fonteles assina documento em conjunto com constitucionalista no qual acusa ministro do STF de crime de responsabilidade

PUBLICIDADE

Por Thiago Faria e Isabela Bonfim
Atualização:

BRASÍLIA - O ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles vai protocolar na tarde desta quarta-feira, 14, um novo pedido de impeachment no Senado contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi adiantada nesta tarde pela coluna Direto da Fonte da colunista do Estado Sonia Racy.

O constitucionalista Marcelo Neves (à esq.) e o ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles neste 14 de junho, no Senado Foto: Thiago Faria/Estadão

PUBLICIDADE

Em documento assinado em conjunto com o constitucionalista Marcelo Neves, professor da Universidade de Brasília (UnB), ele alega crime de responsabilidade do ministro por sua conduta em diferentes ocasiões. Fonteles cita, por exemplo, a conversa gravada pela Polícia Federal entre o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e o ministro em que tratam sobre a lei de abuso de autoridade. "É claramente uma atuação política que não condiz com o cargo que ele exerce", disse Fonteles.O primeiro pedido de impeachment de Gilmar assinado por Fonteles, protocolado no ano passado, foi indeferido pelo então presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). "A decisao do Renan é inconstitucional, ilegal. Ele nao poderia decidir monocraticamente", alegou Fonteles, que recorreu ao Supremo contra o arquivamento no Senado. O ministro Edson Fachin, porém, já rejeitou um dos recursos.

No pedido, os autores também alegam que Gilmar desrespeita a lei ao julgar casos no Tribunal Superior Eleitoral em que um dos advogados das partes trabalha no escritório de Sérgio Bermudes. A mulher de Gilmar, Guiomar Mendes, é sócia da banca advocatícia. "O ministro vem praticando atividade política-partidária há muito tempo. Isso é proibido pela lei da magistratura", afirmou Neves.

Além da denúncia no Senado, Fonteles e Neves também pretendem levar ainda nesta quarta-feira uma comunicação à Procuradoria-Geral da República para que investigue Gilmar e uma reclamação disciplinar no Supremo. "O CNJ (

Conselho Nacional de Justiça

) não exerce controle sobre o Supremo, então o próprio STF precisa discutir essa conduta", afirmou Fonteles.