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Alexandre de Moraes elogia adiamento de votação sobre Aécio no Senado

Ministro do Supremo afirma que nova data de julgamento de caso do senador vai 'diminuir eventuais tensões'

Por Breno Pires e Rafael Moraes Moura
Atualização:

BRASÍLIA - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), elogiou nesta quarta-feira,4, o adiamento da votação no Senado sobre as medidas impostas ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) pela Corte. Moraes afirmou que o Senado até poderia votar esse tema, "exercendo a sua função", mas que o adiamento ajuda a "diminuir eventuais tensões".

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+++ Eunício diz que Senado votará decisão sobre Aécio mesmo que STF mantenha posição atual O Senado considerou que o Supremo julgará na próxima quarta-feira, 11, uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que trata da aplicação de medidas cautelares alternativas à prisão de deputados e senadores - hipóteses que não estão esclarecidas na Constituição. Entre senadores, prevaleceu a ideia de que uma votação antes de o Supremo disciplinar a questão seria uma espécie de enfrentamento à Suprema Corte, agravando a crise institucional.

+++ DEBATE: A decisão do STF de afastar Aécio é constitucional?

"A Primeira Turma entendeu por bem aplicar determinadas medidas. (Foi) Uma decisão do Supremo. Se o Senado entendesse por bem votar ou não votar, por interpretar que isso seria prisão, ele estaria exercendo a sua função", disse Alexandre de Moraes, que foi voto vencido no julgamento em que a Primeira Turma do STF, por 3 votos a 2, afastou Aécio de funções parlamentares e impôs ao senador o recolhimento domiciliar noturno. "Cada órgão está exercendo o seu papel constitucional. Mas obviamente o posicionamento do presidente do Senado, Eunício Oliveira, em conversas com a presidente Cármen Lúcia (do Supremo) foi um posicionamento importante no sentido de diminuir eventuais tensões, e aguardar uma semana", afirmou Moraes. O ministro do STF disse também que "a última palavra de interpretação constitucional é o Supremo Tribunal Federal", fazendo uma referência ao julgamento no STF do próximo dia 11. Ele não antecipou posicionamento. "Isso é o que o Supremo Tribunal Federal vai decidir quarta-feira. Vai decidir, primeiro, se as medidas cautelares substitutivas de prisão preventivas se aplicam aos parlamentares. E, em se aplicando, se há possibilidade de revisão (no Congresso). Esse é o mérito que vai ser discutido na quarta-feira, e eu, por óbvio, não vou antecipar meu voto", disse.

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