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Os 23 argumentos do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS

Em petição à Justiça Federal, empresário acusado de corrupção e lavagem de dinheiro diz que 'nunca tomou conhecimento do imaginado clube' das empreiteiras na Petrobrás e frustra quem esperava dele uma delação premiada

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O presidente afastado da OAS Léo Pinheiro. Foto: Beto Barata/AE - Março/2003

Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Julia Affonso e Fausto Macedo

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Em petição entregue à Justiça Federal, antes de seu interrogatório nesta sexta feira, 8, o empresário Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, acusado de corrupção ativa e lavagem de dinheiro no esquema de propinas na Petrobrás, frustrou investigadores que trabalhavam com a hipótese de que ele poderia fazer revelações importantes para a Operação Lava Jato.

Número 1 da OAS, sob suspeita de ter formado parte do clube das empreiteiras que se apossou de contratos bilionários da estatal petrolífera entre 2003 e 2014, Léo Pinheiro subscreve relatório ao juiz Sérgio Moro, o magistrado da Lava Jato.

São 23 argumentos de Léo Pinheiro, todos na linha de que é inocente, que não conhece, por exemplo, o doleiro Alberto Youssef - peça central da Lava Jato - e que "nunca tomou conhecimento da existência do imaginado 'clube'.

VEJA OS 23 ARGUMENTOS DE LÉO PINHEIRO NA ÍNTEGRA

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O relato do empreiteiro indica que ele não pretende fazer delação premiada - expediente que implicaria necessariamente na confissão de práticas criminosas no âmbito da estatal petrolífera e a citação, reforçada com provas, a outros envolvidos na trama. Nenhum de seus 23 argumentos aponta para esse caminho.

A investigação da Lava Jato revela que a OAS manteve contratos com empresas de fachada do doleiro Youssef, como a Rigidez, MO Consultoria e RCI - por meio das quais teria fluído dinheiro de propinas do clube das empreiteiras para deputados, senadores, governadores e o porcentual destinados a partidos políticos.

A investigação também aponta para supostos repasses da OAS a João Vaccari Neto, então tesoureiro do PT. Léo Pinheiro foi preso dia 14 de novembro de 2014 pela Operação Juízo Final, sétima fase da Lava Jato que mirou exclusivamente o braço empresarial do esquema de propinas e lavagem de recursos ilícitos.

Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal mandou ele e mais oito empreiteiros para prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. À Justiça Federal, Léo Pinheiro, por meio de seus advogados, rechaça todo tipo de conduta ilícita.

"O declarante não participou de qualquer reunião com outros empresários ou agentes públicos para formar cartel ou realizar ajustes, combinação de preços e/ou qualquer medida para restringir o caráter competitivo de obras da Petrobrás ou qualquer outra", afirma o empreiteiro, na petição subscrita pelos advogados criminalistas Roberto Telhada e Edward Rocha de Carvalho.

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O empreiteiro diz que conheceu o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa - réu e primeiro delator da Lava Jato - "muito tempo após a contratação da OAS nas obras da RNEST (Abreu e Lima) e da REPAR (Paraná) para tratar de temas relacionados ao pré-sal".

"Especificamente a estes autos, o declarante não ajustou, prometeu ou ofereceu qualquer vantagem indevida a Paulo Roberto Costa", afirma.

Mais: "Nunca tratou com ninguém da Petrobrás sobre assuntos relacionados a obras de que a OAS participou. "

É categórico: "Jamais ajustou, combinou ou ofereceu qualquer vantagem ou propina a qualquer funcionário público da Petrobrás ou agente político."

Afirma: "Todo o patrimônio do declarante foi constituído de maneira lícita no seu exercício profissional por mais de quarenta e cinco anos, sendo efetivamente declarados nos órgãos competentes."

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