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Moro dá cinco dias para hospital entregar visitas a Glaucos

Ofício do magistrado foi enviado ao Sírio-Libanês, em São Paulo; engenheiro é apontado como 'laranja' do ex-presidente Lula

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Por Julia Affonso e Ricardo Brandt
Atualização:

 Foto: Reprodução

O juiz federal Sérgio Moro enviou um ofício para o Hospital Sírio-Libanês solicitando, em cinco dias, a apresentação dos registros de visitas ao engenheiro Glaucos da Costamarques. O magistrado quer saber se o advogado Roberto Teixeira, compadre do ex-presidente Lula, e o contador João Muniz Leite estiveram no local.

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5 DIAS

Primo de José Carlos Bumlai, amigo de Lula, o engenheiro Glaucos é apontado como 'laranja' do petista no suposto recebimento de imóveis pela Odebrecht como forma de propinas.

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Para a força-tarefa da Lava Jato, a Odebrecht custeou a compra do apartamento 121 do edifício Hill House, em São Bernardo do Campos (SP), em nome de Glaucos da Costamarques. Na mesma ação, o petista responde também por supostamente ter recebido da empreiteira  um terreno onde seria sediado o Instituto Lula, no valor de R$ 12,5 milhões.

A denúncia da Procuradoria da República sobre o apartamento 121 - vizinho à residência de Lula, em São Bernardo do Campo - ainda aponta que propinas pagas pela Odebrecht, no esquema que seria liderado pelo ex-presidente, chegaram a R$ 75 milhões em oito contratos com a Petrobrás.

A Lava Jato afirma que não houve pagamento de aluguel entre fevereiro de 2011 e pelo menos novembro de 2015.

Em 25 de setembro, a defesa do ex-presidente apresentou documentos que contestam a versão dos procuradores. Os comprovantes apresentados referem-se ao período de agosto de 2011 a novembro de 2015. Duas notas têm datas que não existem no calendário: 31 de junho e 31 de novembro.

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No dia seguinte, Glaucos da Costamarques reafirmou ao Estadão que é 'verdadeiro' o depoimento que prestou ao juiz federal Sérgio Moro.

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Em 6 de setembro, Glaucos afirmou em interrogatório perante o juiz federal Sérgio Moro que não recebeu alugueis pelo apartamento 121, mas que declarou à Receita que houve pagamento. "Não recebi", disse taxativamente.

A Moro, o engenheiro afirmou que passou a receber o aluguel em 2015. Glaucos disse que Roberto Teixeira o procurou em novembro daquele ano quando ele estava hospitalizado.

"O Roberto Teixeira esteve lá no hospital me falando: 'olha, nós vamos pagar. De hoje em diante, nós vamos pagar o aluguel pra você'. Começaram a pagar. Começaram a pagar com um depósito na conta que eu passei, depósito no Santander. Mas não identificado. Eu acho que eles depositavam naqueles envelopes e aquele envelope tem um limite pra depósito. Acho que eles faziam em três. Então, aparecia lá, era, vamos supor, três mil, vamos por, não lembro quanto era o aluguel naquela época, três mil e trezentos, vamos supor. Eles punham um envelope de dois, um de mil e outro de oitocentos", narrou.

O juiz da Lava Jato questionou Glaucos se Roberto Teixeira deu alguma explicação para começar a pagar.

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"Eu não me recordo. Mas eu lembro que o José Carlos foi preso. Eu entrei no dia 22 de novembro no hospital. Dia 23 ele foi preso. Eu lembro da data por causa do hospital. E ele esteve lá no hospital no fim do mês de novembro", contou.

COM A PALAVRA, O HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS

O hospital informa que recebeu nesta terça-feira, 3, o ofício da Justiça com a solicitação para apresentar, em prazo de cinco dias, os registros de visitas ao engenheiro Glaucos da Costamarques. O Sírio-Libanês afirma que vai cumprir o prazo estipulado pelo juiz Sérgio Moro.

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