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Janot quer bloqueio de R$ 6,5 bi de Lula, Dilma, ex-ministros e ex-tesoureiro por 'quadrilhão' do PT

Em sua nova 'flechada', mirando a cúpula do PT, procurador-geral da República requereu que valor de indenização à Petrobrás deve ser calculado com base no tamanho do rombo na estatal atribuído à organização criminosa supostamente formada pelos políticos

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Por Luiz Vassallo
Atualização:

Dilma e Lula em outubro de 2013. Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO

O procurador-geral da República Rodrigo Janot pediu o bloqueio de R$ 6,5 bilhões dos ex-presidentes Lula e Dilma, dos ex-ministros Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil), Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento), Edinho Silva (Secretaria da Comunicação) e Gleisi Hoffman (Casa Civil) e, ainda, do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

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Janot também requereu a condenação de todos os acusados à reparação de danos materiais e morais 'causados por suas condutas', fixando-se um valor mínimo global de R$ 300 milhões.

+ Dilma foi "amplamente" beneficiada com recursos de propina, acusa Janot+ Em denúncia, Janot aponta R$ 230 milhões em propina para Lula+ Veja a denúncia de Janot contra o 'quadrilhão' do PT+ Janot diz que Lula é 'grande idealizador de organização criminosa'

"Os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos (lesões à ordem econômica, à administração da justiça e à administração pública, inclusive à respeitabilidade do parlamento perante a sociedade brasileira), sendo dificilmente quantificados."

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Os pedidos foram apresentados no corpo da denúncia que Janot levou ao Supremo Tribunal Federal contra o 'quadrilhão' do PT. O procurador atribui a Lula, Dilma e aos ex-ministros e ao ex-tesoureiro formação de organização criminosa para crimes contra a administração pública.

O procurador aponta para a 'existência de elementos suficientes de materialidade e autoria delitivas'.

"Lula foi o grande idealizador da constituição da organização criminosa, na medida em que negociou diretamente com empresas privadas o recebimento de valores para viabilizar sua campanha eleitoral à presidência da República em 2002 mediante o compromisso de usar a máquina pública, caso eleito (como o foi), em favor dos interesses privados deste grupo de empresários", sustenta o procurador.

Na acusação formal levada ao Supremo, Janot enfatiza. "Durante sua (Lula) gestão, não apenas cumpriu com os compromissos assumidos junto a estes (empresários), como atuou diretamente e por intermédio de Palocci, para que novas negociações ilícitas fossem entabuladas como forma de gerar maior arrecadação de propina."

Ainda sobre Lula. "Foi o grande responsável pela coesão do núcleo político da organização criminosa e pela indicação de Dilma como candidata do PT à presidência da República em 2010. Essa condição permitiu-lhe continuar a influenciar o governo da sua sucessora e a fazer disso mais um balcão de negócios para recebimento de vantagens ilícitas."

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Ao final da denúncia, Janot pede a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo, 'principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Poder Público e a sociedade'.

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Ainda, a decretação da perda em favor da Petrobrás, com base no artigo 7.º da Lei 9.613/1998, dos bens e valores objeto de lavagem de dinheiro no caso, no valor originário total de R$ 6,5 bilhões, 'que é o que foi atribuído pela própria Petrobrás a ser acrescido de juros e correção monetária'.

COM A PALAVRA, O PT

"A denúncia apresentada nesta terça-feira (5/9) pela Procuradoria Geral da República parece uma tentativa do atual procurador-geral de desviar o foco de outras investigações, que também envolvem um membro do Ministério Público Federal, no momento em que ele se prepara para deixar o cargo.

Não há fundamento algum nas acusações contra o Partido dos Trabalhadores. Desde o início das investigações da Lava Jato, o PT vem denunciando a perseguição e a seletividade de agentes públicos que tentam incriminar a legenda para enfraquecê-la politicamente.

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Esperamos que essas mentiras sejam tratadas com serenidade pela justiça brasileira, e terminem arquivadas como já ocorreu com outras denúncias sem provas apresentadas contra o partido.

Assessoria de Imprensa do Partido dos Trabalhadores"

COM A PALAVRA, O ADVOGADO CRISTIANO ZANIN MARTINS, QUE DEFENDE LULA

Em resposta à denúncia do procurador-geral Rodrigo Janot Cristiano Zanin Martins esclarece que:

Essa denúncia, cujo teor ainda não conhecemos, é mais um exemplo de mau uso das leis para perseguir o ex-Presidente Lula, que não praticou qualquer crime e muito menos participou de uma organização criminosa. É mais um ataque ao Estado de Direito e a democracia.

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O protocolo dessa denúncia na data de hoje sugere ainda uma tentativa do MPF de mudar o foco da discussão em torno da ilegalidade e ilegitimidade das delações premidas no país.

Cristiano Zanin Martins

 

COM A PALAVRA, O ADVOGADO LUIZ FLÁVIO BORGES D'URSO, QUE DEFENDE VACCARI

O advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, defensor de Vaccari, informou em nota que a denúncia de Janot "é totalmente improcedente, pois o sr. Vaccari, enquanto tesoureiro do PT, cumpriu seu papel, de solicitar doações legais destinadas ao partido, as quais sempre foram depositadas na conta bancária partidária, com respectivo recibo e a prestação de contas às autoridades competentes, tudo dentro da lei e com absoluta transparência".

"O sr. Vaccari continua confiando na Justiça brasileira e tem convicção de que as acusações que lhe são dirigidas, haverão de ser rejeitadas", diz a nota do advogado.

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COM A PALAVRA, EDINHO

O ex-ministro Edinho Silva rebateu nesta terça-feira, em entrevista à reportagem do Broadcast Político, a denúncia apresentada hoje pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Edinho Silva foi denunciado com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, a presidente nacional do PT e ex-ministra Gleisi Hoffmann (PT-PR), além dos ex-ministros Guido Mantega, Antonio Palocci, Paulo Bernardo e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

"Enquanto coordenador financeiro da campanha de 2014, eu agi dentro da legalidade e de forma ética. Tenho certeza de que os fatos serão esclarecidos e vai prevalecer a Justiça", respondeu. Segundo a denúncia de Janot, os petistas integraram suposta organização criminosa que formou um esquema de arrecadação de propina por meio da utilização de entes e órgãos públicos como a Petrobras, o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).

COM A PALAVRA, GLEISI

A presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), reagiu à denúncia apresentada hoje pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Em comunicado à imprensa, a ex-ministra do governo Dilma Rousseff afirmou que a peça não tem "qualquer fundamento".

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"Tomei conhecimento da denúncia ao mesmo tempo em que foi divulgada à imprensa. É uma denúncia sem qualquer fundamento. Busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores no mesmo momento em que malas de dinheiro são descobertas e membro do Ministério Público é envolvido em denúncias".

Gleisi foi denunciada por suposta participação em organização criminosa com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, além dos ex-ministros Guido Mantega, Edinho Silva, Antonio Palocci, Paulo Bernardo e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

 

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