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Cabral pede desculpas a Bretas

Na primeira audiência em que ficou novamente frente a frente com o juiz federal, ex-governador do Rio também negou ter feito dossiês contra o magistrado

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Por Fábio Grellet/RIO
Atualização:

Sergio Cabral e Marcelo Bretas. Fotos: Fábio Motta / Estadão 

Na primeira audiência em que ficou frente a frente com o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, desde a polêmica envolvendo sua transferência para um presídio federal, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho (PMDB) pediu desculpas ao magistrado - duas vezes. Com postura diferente da audiência anterior, na qual assumiu tom desafiador e citou negócios da família do juiz envolvendo o comércio de bijuterias, o que Bretas interpretou como ameaça, desta vez o peemedebista assumiu tom discreto e respeitoso.

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"Eu me exaltei, e peço desculpas. O senhor nunca faltou com o respeito comigo", disse Cabral.

"Está superado, estamos de bem", respondeu Bretas.

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Cabral negou também ter feito qualquer dossiê contra o juiz. "Isso não é da minha índole. Isso foi feito contra mim maldosamente", disse o ex-governador.

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Bretas foi sucinto em sua resposta. "Não tenho conhecimento, isso não está sob minha condução".

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Acusado de integrar um esquema de corrupção na área da saúde, em esquema do qual também teria participado o ex-secretário de Saúde Sérgio Cortes, Cabral usou diversos momentos do depoimento para exaltar realizações de seu governo na área da saúde.

Questionado sobre as acusações de corrupção, negou ter pedido propina a quem quer que seja. "Eu pedia apoio à campanha eleitoral", afirmou.

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Cabral contou ter conhecido Sergio Côrtes ainda quando senador, durante evento no Senado. Quando eleito governador, no final de 2006, consultou especialistas em saúde e ouviu muitos elogios a Côrtes, que então administrava o Into.

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"Eu pedi uma sugestão a ele e em poucos dias ele me trouxe o modelo das UPAs", afirmou Cabral.

Segundo o ex-governador, quando recém-eleita, a então presidente Dilma Rousseff cogitou nomear Côrtes ministro da Saúde. Embora isso não tenha se concretizado, Cabral e outros políticos sugeriram que Cortes se lançasse candidato a algum cargo público.

Nessa época, Côrtes apresentou a Cabral o empresário Miguel Iskin, com quem o ex-governador disse ter tido inicialmente encontros em que não trataram de contribuições financeiras. Na primeira vez em que contribuiu, Iskin teria doado R$ 3 milhões - R$ 500 mil legalizados e R$ 2,5 mi em caixa dois.

"Eu infelizmente peguei dinheiro de caixa dois e fiz uso pessoal, não nego. Sobrava dinheiro de campanha, e isso era guardado e usado para gastos pessoais meus. Mas fico muito triste de passar a impressão de que Sérgio Cabral fez a melhor rede estadual de saúde para ganhar dinheiro, de que Sergio Cabral fez o Bilhete Único para ganhar dinheiro", afirmou o ex-governador, admitindo o caixa dois, mas exaltando feitos de seu governo.

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