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Barroso manda intimar Segovia a esclarecer declarações sobre inquérito contra Temer

À agência Reuters, diretor-geral da PF afirmou que a tendência é que a investigação contra o presidente sobre os Portos seja arquivada

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Por Rafael Moraes Moura e Daiene Cardoso/BRASÍLIA
Atualização:

Luís Roberto Barroso. Foto: Ed Ferreira/Estadão

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso determinou, em pleno sábado de carnaval, que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, seja intimado pra prestar esclarecimentos. À agência Reuters, Segovia afirmou que a tendência é que o inqúerito contra o presidente Michel Temer sobre os Portos seja arquivado.

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"Tendo em vista que tal conduta, se confirmada, é manifestamente imprópria e pode, em tese, caracterizar infração administrativa e até mesmo penal, determino a intimação do Senhor Diretor da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, para que confirme as declarações que foram publicadas, preste os esclarecimentos que lhe pareçam próprios e se abstenha de novas manifestações a respeito", diz o despacho de Barroso.

+ Segovia diz a delegados que 'em momento algum' afirmou que investigação contra Temer seria arquivada O ministro também pede que o Ministério Público Federal, como órgão de controle externo das atividades policiais, também tome as providências "que entender cabíveis".

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No despacho, Barroso lembra que o inquérito contra Temer ainda não foi concluído, que Segovia sinaliza para a possibilidade de punição ao delegado Cleyber Malta Lopes (que conduz o inquérito), que diligências ainda estão em curso "razão pela qual não devem ser objeto de comentários públicos" e que Segovia ainda não recebeu o relatório do delegado responsável, parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) ou qualquer manifestação oficial dele, que é o relator do caso na Corte.

Em entrevista, o chefe da PF afirmou que não foram encontradas, até o momento, provas sobre o pagamento de propina por parte da empresa Rodrimar para Temer.

As declarações do diretor-geral da PF provocaram reação imediata de delegados que participam de investigações de inquéritos especiais, envolvendo autoridades com foro. A Coluna do Estadão teve acesso a uma mensagem enviada em grupo de WhatsApp de delegados na qual dizem que 'ninguém da investigação foi consultado ou referenda essa manifestação'.

"Os integrantes do Grupo de Inquéritos da Lava Jato no STF informam que a manifestação do Diretor Geral da Polícia Federal que está sendo noticiada pela imprensa, dando conta de que o inquérito que tem como investigado o Presidente da República tende a ser arquivado, é uma manifestação pessoal e de responsabilidade dele. Ninguém da equipe de investigação foi consultado ou referenda essa manifestação, inclusive pelo fato de que em três de anos de Lava Jato no STF nunca houve uma antecipação ou presunção de resultado de Investigação pela imprensa."

Fernando Segovia, afirmou em mensagem enviada a colegas no WhatsApp, nesta sábado, 10, que 'em momento algum' falou que a apuração seria arquivada.

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