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Pacheco diz que é preciso adotar 'cuidados sanitários', mas não fazer disso uma 'histeria'

Presidente do Senado adotou tom parecido ao de Jair Bolsonaro ao falar sobre a pandemia

Foto do author Daniel  Weterman
Por Emilly Behnke e Daniel Weterman
Atualização:

BRASÍLIA – O novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), adotou tom parecido ao do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 3, ao afirmar que medidas sanitárias devem ser seguidas, mas sem que haja "uma histeria". Por diversas vezes, o mandatário usou a expressão "histeria" para minimizar a crise do novo coronavírus.

"Precisamos cuidar racionalmente de nossa saúde, adotando todos os cuidados higiênicos e sanitários possíveis, mas não podemos fazer disso uma histeria, negando uma realidade”, disse Pacheco durante a cerimônia de abertura do ano legislativo. “Precisamos continuar produzindo para abastecer as famílias brasileiras, gerar renda interna, além de continuar atendendo os mercados estrangeiros, que compram nossa produção."

Fala de Pacheco sobre 'histeria' ocorreu durante a cerimônia de abertura do ano legislativo Foto: Dida Sampaio / Estadão

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Por outro lado, Pacheco também defendeu a superação de “extremismos” e o “pluralismo de ideias”. O discurso foi feito logo após o plenário da sessão se dividir entre gritos de "fascista" e "mito", em um confronto de vozes. De um lado, opositores, de outro, apoiadores de Bolsonaro. “A política não deve ser movida por arroubos do momento ou por radicalismos”, afirmou o presidente do Senado.

Pacheco reforçou ainda o comprometimento com a “plena independência e harmonia” dos poderes públicos. Segundo ele, a defesa da independência “não pode importar em sacrifício da harmonia”, bem como “a defesa da harmonia não pode comprometer a independência”.

“Não podemos defender a independência ou a harmonia ao sabor do momento, ao sabor de quem ocupa os cargos de relevo ou de nossas convicções políticas ou pessoais”, ressaltou. Ao pregar a pacificação entre poderes e no parlamento, o presidente do Senado ressaltou que é preciso deixar de lado diferenças e “trabalhar incansavelmente pelos consensos que vão colocar o País de volta nos trilhos do desenvolvimento”.

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