'Oposição sistemática a Bolsonaro não adianta', diz Eduardo Leite

Governador do Rio Grande do Sul afirma que críticos do presidente não podem agir para ‘dificultar soluções para o País’

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Por Pedro Venceslau
Atualização:

Após ser lançado pré-candidato à Presidência em 2022 por um grupo de deputados do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, adotou tom moderado em relação ao Planalto, em contraponto ao discurso crítico do governador de São Paulo, João Doria, ao presidente Jair Bolsonaro. Para Leite, o PSDB não deve fazer “oposição sistemática” ao governo federal.

O governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB) Foto: Felipe Dalla Valle/ Palácio Piratini

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O sr. apoia o posicionamento do governador João Doria de que o PSDB deve assumir uma postura contundente de oposição ao presidente Jair Bolsonaro?

No que diz respeito aos arroubos antidemocráticos do presidente, sem dúvida o PSDB deve exercer uma firme posição em defesa da democracia. Mas, por outro lado, o governo apresenta projetos que se aproximam do que defendemos na área econômica. Não adianta fazer oposição sistemática, aquela que dificulta soluções para o País simplesmente porque temos ressalvas ao presidente. A gente não pode exercer oposição simplesmente para dificultar, do ponto de vista eleitoral, a vida do presidente.

Concorda com a tese de que seu nome foi lançado por 'tucanos bolsonaristas'?

O grupo que faz essa crítica demonstra desconhecimento das lideranças que o partido tem no Brasil, talvez porque se concentra demais em São Paulo.

Como avalia um eventual afastamento de Aécio Neves do partido, como defende Doria?

A gente não pode ficar fazendo votações até sair o resultado que queremos. A Comissão de Ética já decidiu a respeito disso. Eu não sou apoiado pelo Aécio Neves. Não tenho qualquer contato ou relação com ele.

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Qual é a relação do sr. com Luciano Huck?

Luciano Huck tem buscado conversar com muitas pessoas de diversos partidos. Também me buscou para dialogar sobre projetos para o País. Tenho tido boa conversa com ele sobre visão de Brasil e de mundo.

O PSDB pode apoiar uma candidatura presidencial de alguém que não seja do partido, eventualmente a do próprio Huck?

Sempre que a gente senta para conversar com alguém buscando convencer das nossas ideias, temos que estar abertos a sermos convencidos. Se não for assim, não há diálogo. Se vamos apoiar o projeto que queremos representar, também temos que estar abertos a sermos convencidos de que eventualmente podemos apoiar.

Como avalia a liderança que João Doria exerce no PSDB?

O governador João Doria é um ator político importante que deve ser considerado nos debates para o futuro do País, mas precisa estar aberto para discutir com humildade com as demais partes da federação.

O sr. acha que falta humildade ao governador de São Paulo?

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Os debates precisam ser para dentro do partido e não pelas notas de jornal.

O ex-presidente FHC defende que o PSDB tenha papel mais incisivo de oposição a Bolsonaro.

Defendo que a melhor forma de antagonizar Jair Bolsonaro é sendo o que ele não é: ponderado, sensato e responsável.

O sr. votou em Bolsonaro em 2018? Se sim, se arrependeu?

Declarei voto, mas manifestei minhas diferenças.

Doria é incoerente por ter sido eleito sob o mote Bolsodoria e agora fazer oposição?

Eu posso responder pela minha coerência.

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