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João Amoêdo diz duvidar da guinada liberal de Jair Bolsonaro

Pré-candidato do Novo disse ainda que é preciso avaliar as ideias, as propostas e a coerência dos projetos políticos para fazer uma análise correta

Por Marcelo Osakabe e Paulo Beraldo
Atualização:

SÃO PAULO - Pré-candidato à Presidência pelo Partido Novo, João Amoêdo afirmou nesta terça-feira, 17, ser "cético" em relação às credenciais liberais do deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que também deve se lançar à corrida ao Palácio do Planalto este ano.

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"Ao análisar (o caso do Bolsonaro), gosto de avaliar alguns aspectos. Primeiro: qual instituição está trazendo esse candidato, que ideias representa, que propostas ela tem e se existe coerência entre o que instituição e a pessoa falam e o que fizeram", disse o pré-candidato, que passou a disputar com o deputado fluminense a bandeira do liberalismo no debate político.

Amoêdo afirmou ter dúvidas quanto uma pessoa que está há muito tempo no Congresso e não defende essas bandeiras claramente. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

"Tenho dúvidas em relação à instituição e à pessoa, que está há muito tempo no Congresso e não defende claramente essas bandeiras. "Qual a capacidade dele em implementar alguma coisa? O que ele transformou de ideias em coisas práticas em sua trajetória?", questionou.

Amoêdo disse ter inclusive feito um desafio a Bolsonaro. "Dado que ele ainda tem muito tempo de mandato, ele podia aproveitar e trazer algum projeto na linha liberal", comentou. 

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​Alianças 

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Assim como a pré-candidata da Rede, Amoêdo disse que ainda não entrou na discussão de possíveis alianças, mas salientou que elas serão decididas com base no alinhamento do programa das candidaturas, e não em questões como tempo de TV ou palanque.

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"As pessoas no fundo querem renovação, coerência e a gente não poderia abrir mão disso logo na largada", disse. Instado a comentar de quais nomes se sente mais próximo, Amoêdo disse ter maior proximidade com nomes como Henrique Meirelles, que pode sair pelo MDB, e Flávio Rocha, do PRB, do que pré-candidatos como Manuela d'Ávila (PCdoB) e Ciro Gomes (PDT).

Mas voltou à questão dos partidos: "Independente da qualificação técnica do Meirelles ou do Rocha, será que os partidos vão querer sair da política profissional, abrir mão das práticas antigas, dos benefícios? Acho pouco provável". 

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