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Frota critica indicação de Eduardo para Washington: 'Velha política'

Deputado do PSL diz que filho do presidente 'nada tem de diplomático' e que relações não podem se confundir com amizades pessoais

Foto do author João Ker
Por João Ker
Atualização:

O deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) criticou a nomeação de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, afirmando que a medida é exemplo da "velha política". A opinião foi manifestada em artigo no site Brazil Journal, no qual o parlamentar avalia que Eduardo não reúne as habilidades necessárias para exercer o cargo. Na noite desta quinta-feira, 1º, o presidente Jair Bolsonaro afirmou acreditar que o Senado deve aprovar a indicação

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“A diplomacia nesse nível pressupõe notórios conhecimentos de política internacional, amplos relacionamentos e, sobretudo, profundas habilidades de negociação. Eduardo nada tem de diplomático, haja vista ter aventado até mesmo o fechamento do STF por ‘um cabo e um soldado’", escreveu Frota. 

Ele classificou a indicação de Eduardo como um prejuízo para o País. "A relação de Eduardo com os EUA é de subordinação e não de independência”, afirmou Frota, dizendo que as relações diplomáticas não podem se confundir com amizades pessoais.

Segundo o parlamentar, a indicação foi um "mimo" do capitão para o filho, dizendo esse tipo de relação é "exemplo do que há de mais velho na política". Em seu texto, contudo, o deputado afirma ainda que a escolha não se trata “formalmente” de nepotismo. 

O deputado federal Alexandre Frota (PSL-SP) Foto: Dida Sampaio/Estadão

Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou a indicação. “Eu conheço o filho dele e, provavelmente, é por isso que o fizeram (a indicação). Estou muito feliz ”, disse. Indagado sobre se a nomeação configuraria nepotismo, Trump negou. “Não, não acho que é nepotismo, porque o filho ajudou muito na campanha. O filho dele é extraordinário". 

Críticas

indicação de Eduardo como embaixador do Brasil nos Estados Unidos pode quebrar uma tradição dentro do Itamaraty, desde a redemocratização, de ter na embaixada em Washington sempre um diplomata de carreira. Em entrevistas ao Estado, dois ex-ocupantes do cargo criticaram a nomeação.

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O ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero disse que não havia “precedentes em países civilizados”, enquanto o também ex-ministro Marcílio Marques Moreira disse esperar que a nomeação “fosse repensada”

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